Coordenador da Comissão de Trabalhadores da PT diz que as implicações da decisão europeia sobre a 'golden share' do Estado, considerada ilegal, não serão imediatas e defende um reforço da posição estatal na empresa.
"O que nós defendemos é um reforço do capital do Estado no capital da PT de uma forma indirecta ou directa para a PT não ficar à mercê do interesse dos grandes grupos económicos. Ou por esta via [através da 'golden share'] ou por via do reforço da participação da CGD, ou pela CGD", disse à Agência Lusa Francisco Gonçalves.
O Tribunal de Justiça da União Europeia considerou que as "restrições" na PT "não são justificadas" dando razão à Comissão Europeia.
A decisão acontece uma semana depois de o Governo português ter usado os direitos especiais na PT para vetar a venda da brasileira Vivo à Telefónica, apesar da maioria dos accionistas (74%) ter dado aprovado o negócio.
Para o coordenador da Comissão de Trabalhadores (CT), esta decisão era já "previsível", mas "não é assim tão simplista, porque se fosse, certamente que ontem [quarta feira] a Telefónica não tinha assumido publicamente que queria iniciar conversações com a administração da PT".
"Não é por esta decisão que automaticamente está o caminho livre para a concretização do negócio de venda da Vivo", sublinhou.
De acordo com Francisco Gonçalves, os trabalhadores estão preocupados com o futuro e o projecto da PT para o futuro do país.
"Com decisão do Tribunal ou sem decisão do Tribunal, o que é importante é defender um projecto de telecomunicações que desenvolva o país, que crie condições às pessoas para terem acesso a serviços de telecomunicações com qualidade, inovadores e com preços justos", disse.
"Evidentemente que isso só acontece se a PT não ficar exclusivamente à mercê dos especuladores e dos donos do capital. O Governo, que representa o Estado, tem que definir efectivamente o que é que quer para esta empresa", acrescentou.
http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=1613480
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