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08/07/2010

Grécia "parada" em novo dia de greve geral contra medidas de austeridade

Uma nova greve geral na Grécia está a paralisar os transportes marítimos, ferroviários e aeroportuários. Os gregos protestam contra a lei da reforma das pensões e medidas de austeridade aprovadas no parlamento.

Alguns milhares de pessoas participavam hoje, quinta-feira, no centro de Atenas numa manifestação - organizada pelas duas grandes centrais sindicais gregas que convocaram a greve geral, a GSEE para o sector privado e a Adedy para os funcionários públicos.

Os manifestantes exibiam cartazes que apelavam para "outras soluções" e afirmavam que "o governo deve ir-se embora". Nos cartazes, os manifestantes também convidavam os gregos para um "levantamento".

"Nós rejeitamos a reforma das pensões, que anula os princípios de base do direito (social) protestamos contra esta reforma injusta e antissocial", indicou o presidente da GSEE, Yannis Panagopoulos.

Outros milhares de pessoas manifestavam-se noutro bairro da cidade, em resposta à convocação da Pame, a frente sindical do partido comunista (KKE).

As duas manifestações dirigem-se para o parlamento, localizado a algumas centenas de metros.

Mais de 80 voos internos e internacionais foram anulados e 100 foram adiados devido a uma paralisação de quatro horas dos controladores aéreos e à greve de 24 horas dos empregados da aviação civil.

Todos os barcos ficaram no cais, forçando o adiamento das deslocações dos turistas.

Anunciada desde a semana passada, na altura em que o parlamento adoptou uma vasta reforma que generaliza a idade de aposentação para os 65 anos, esta sexta greve geral desde Fevereiro, data das primeiras medidas de austeridade, também bloqueou o tráfego ferroviário.

Os transportes urbanos em Atenas, o metropolitano, os autocarros e os eléctricos também estão paralisados.

A greve também está a afectar o normal funcionamento da administração pública, dos hospitais e das empresas públicas.

Além de aumentar a idade da reforma de 60 anos para 65 anos, o texto, adoptado na quarta-feira à noite no parlamento, pela maioria socialista e dois independentes, prevê também cortes em média de 7% das pensões e um aumento dos anos de descontos, passando dos actuais 37 anos para 40 anos.

Os deputados dos partidos da oposição votaram contra e o texto do projecto vai ser debatido hoje, quinta-feira, artigo por artigo, antes de ser novamente votado à noite.

O governo socialista comprometeu-se com os países da zona euro e com o Fundo Monetário Internacional (FMI) a adotar estas medidas, como contrapartida da ajuda financeira ao país através de empréstimos de 110 mil milhões de euros a três anos.

http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=1613549

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