Num documento apresentado ontem, quarta-feira, 7, a Comissão Europeia assume o seu papel de lebre para acelerar a corrida que há muito começou nos diferentes países contra os direitos de aposentação, conquistados em duras batalhas de classe na segunda metade do século XX.
No documento, antecipado pela imprensa, o executivo de Bruxelas arroga-se abertamente o direito de impor uma legislação uniforme em matéria de pensões a todos os estados-membros, apesar de as políticas públicas serem da competência exclusiva dos governos nacionais.
Contudo, no entendimento de Bruxelas, a crise económica justifica todas as intromissões e, deste modo, propõe-se pressionar os governos para aumentarem a idade da reforma, notando que os trabalhadores europeus são os que se reformam mais cedo, em comparação com os norte-americanos (65 anos) ou os japoneses (quase 70 anos).
Os pretextos são já conhecidos: «envelhecimento» da população, «insustentabilidade» financeira dos sistemas de repartição, «aumento» da esperança de vida, etc. Esquecem propositadamente que, ao longo das respectivas carreiras contributivas, o trabalho de sucessivas gerações permitiu duplicar e mesmo triplicar o produto interno bruto de muitos países, riqueza que se fosse redistribuída permitiria pagar generosas pensões.
http://www.avante.pt/pt/1910/europa/109473/
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