No final da anterior legislatura, o primeiro-ministro José Sócrates reconheceu que tinha sido "um erro" não ter investido mais na cultura. Fez promessas e criou expectativas que saíram totalmente goradas. "Existe um sentimento generalizado de que fomos enganados", afirma Pedro Borges, da Midas Filmes. "Após aquele pedido de desculpas levamos com uma machadada..." "E para quê?", pergunta. "Qual é a poupança real? É insignificante, uma migalha que não serve para nada a não ser para continuar a destruir o tecido cultural".
"Fiquei muito surpreendida com os cortes e com o modo como tudo foi feito", corrobora Margarida Gil. "Este desprezo é o que está a chocar toda a gente. Vamos fazer perguntas à ministra da Cultura mas penso que também deveríamos fazê-las ao primeiro ministro." "Esta medida revela um desconhecimento profundo do valor que esta comunidade tem, não só a nível artístico mas também a nível económico", diz o coreógrafo João Fiadeiro. De acordo com um estudo apresentado em Março, o sector cultural e criativo representa 2,8% da riqueza gerada em Portugal (3,691 milhões de euros) e dá emprego a 127 mil pessoas.
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