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24/06/2010

Despedimentos por falência. Portugal é o pior exemplo na Europa

Portugal é o mercado de trabalho europeu que mais tem sofrido, desde o início da crise (meados de 2007), com as falências e encerramentos de empresas. Este tipo de reestruturação, mais dolorosa e radical, contrasta com os chamados processos de reorganização interna, prática que domina nos restantes países europeus e que permite às companhias permanecerem activas, apesar das dificuldades.

Dados do Centro Europeu para a Monitorização da Mudança (CEMM), que depende do Eurofound, instituição europeia, mostram que mais de 54% das reduções de postos de trabalho anunciadas em Portugal desde Julho de 2007 surgem na sequência de processos de falência ou de encerramento de empresas. O balanço deste ano já é francamente negativo a esse nível. O CEMM sublinha no relatório de Junho que, ao nível da indústria europeia, "o maior caso de destruição de empregos [em Maio] está relacionado com o plano da companhia alemã Rohde, o maior fabricante de calçado em Portugal, para fechar a sua fábrica em Santa Maria da Feira, com a perda de 980 postos de trabalho".

Um sério revés para a região Norte que já tem umas das taxas de desemprego mais elevadas do país, cerca de 12,5% da população activa no primeiro trimestre, segundo o INE. A taxa nacional está em 10,6%.

O CEMM dá ainda conta de outro caso de peso este ano: o fecho da Poceram, fabricante de cerâmicas do distrito de Coimbra, anunciado em Março, que não encontrou um investidor que a salvasse da morte anunciada desde meados de 2009.

Este centro europeu acompanha os processos de reestruturação com visibilidade na comunicação social da Europa.

No caso de Portugal é possível fazer um balanço desde que rebentou a crise, em Julho de 2007: registou-se a supressão de 8 576 empregos dos quais 4 663, ou quase 54%, resultaram de falências. No mesmo período, em Espanha, o principal parceiro comercial e de investimento português, as falências geraram 31% da destruição de empregos. Na Roménia, a taxa de incidência do fenómeno baixa para 4%.

http://www.ionline.pt/conteudo/65646-despedimentos-falencia-portugal-e-o-pior-exemplo-na-europa

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