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24/06/2010

Combater realmente o desemprego

A CGTP-IN acusou o Governo, num comunicado de dia 14, de desvalorizar os indicadores sobre o desemprego, «que dão conta, a cada mês, de novos recordes no número de desempregados». A tomada de posição decorreu da revelação dos dados anunciados, naquele dia, pela OCDE, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, tendo a central exigido um efectivo e real combate a um flagelo social que não pára de aumentar.

Mais de 200 trabalhadores por dia, desde o início do ano, ficaram desempregados, recordou a central, lembrando que o valor de 10,8 por cento é o mais elevado das últimas décadas, e «coloca Portugal na linha da frente do desemprego na União Europeia».

Actualmente, existirão, realmente, mais de 720 mil desempregados, considera a central, e as alterações das regras de atribuição do subsídio de desemprego e do conceito de «emprego conveniente», acordadas entre o PS e o PSD, «só agravarão a presente situação, com implicações directas na redução das prestações sociais e dos salários, no aumento da precariedade e da exploração da generalidade dos assalariados».

Considerando que os sucessivos aumentos se devem a políticas erradas que conduzem «o País à estagnação e divergência no crescimento económico, ao aumento do endividamento externo e da crescente dependência», a CGTP-IN condenou «a sistemática destruição do aparelho produtivo», assente em baixos salários e numa fraca incorporação de valor acrescentado na produção.

Como alternativa, reclama uma revitalização do sector produtivo que crie mais e melhor emprego, a valorização dos salários e um alargamento das condições e critérios na atribuição das prestações de apoio social, em oposição ao acordado entre o PS e o PSD. Mais de 350 mil trabalhadores não estão, actualmente abrangidos, nem pelo subsídio de desemprego, nem pelo subsídio social de desemprego, recordou a central.

Coincidindo com os dados da OCDE, o Instituto do Emprego e Formação Profissional revelou, dia 16, que o número de desempregados inscritos, em Maio, nos Centros de Emprego, é 14,6 por cento superior aos dados registados no mesmo mês, no ano anterior. O crescimento homólogo ocorreu em todas as regiões, tendo tido maior expressão no Algarve (+31,8 por cento), nos Açores (+24,8 por cento) e na Madeira (+23,8 por cento).

Dez mil em Coimbra sem apoios

Pela primeira vez, o número de desempregados no distrito de Coimbra atingiu os 20 620 desempregados, revelou, dia 14, a União dos Sindicatos daquele distrito, salientando que destes, apenas cerca de 11 mil têm alguma forma de apoio social.

Num comunicado, a União dos Sindicatos de Coimbra reclamou políticas de revitalização do sector produtivo, considerando que a política do Governo é a responsável pela degradação económica e social do País, que considera ser evitável.

A união exige e propõe políticas de apoio ás empresas em dificuldades de escoamento das suas produções, a dinamização da economia «por via da procura interna», e um alargamento das condições e critérios na atribuição das prestações de apoio social aos desempregados, «em oposição à redução da protecção social acordada entre o Governo PS e o PSD».

http://www.avante.pt/pt/1908/trabalhadores/109306/

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