Mais de 90 por cento dos portugueses tem a percepção de que a pobreza aumentou em Portugal nos últimos 12 meses, segundo uma sondagem Eurobarómetro hoje divulgada em Bruxelas.
O inquérito mostra que 61 por cento dos inquiridos em Portugal consideram que a pobreza aumentou muito, a que acrescem os 30 por cento que respondem que aumentou ligeiramente.
Estes números só são superiores na Grécia, onde 94 por cento dos inquiridos considera que a pobreza aumentou nos últimos 12 meses.
A média dos 27 estados-membros da União Europeia (EU) é de 73 por cento, com 38 por cento a considerarem que a pobreza aumentou muito e 37 por cento a dizerem que cresceu ligeiramente.
Questionados sobre se o orçamento doméstico é suficiente para pagar as despesas correntes, como as alimentares, 82 por cento dos portugueses responderam afirmativamente, sendo a média da UE de 83 por cento.
No entanto, quando o questionário acrescenta o pagamento de dívidas assumidas, 39 por cento dos portugueses reconhecem ser “uma luta constante”, 32 por cento dizem ter “por vezes” dificuldades, 22 por cento respondem não ter quaisquer problemas com pagamento de contas e 7 por cento admitem deixar dívidas por pagar. A média europeia é de, respectivamente, 15, 34, 46 e 5 por cento.
A sondagem mostra que um em cada seis europeus declara ter constantemente dificuldade para pagar as despesas correntes e três quartos consideram que a pobreza aumentou no seu país no último ano.
Este inquérito surge quando já decorreu a primeira metade do Ano Europeu de Combate à Pobreza e à Exclusão Social e após o compromisso assumido no passado dia 17, pelos dirigentes da UE, de retirar 20 milhões de europeus da pobreza e da exclusão social na próxima década.
Em Portugal foram questionadas 1005 pessoas, 695 através de telefone fixo e 310 via telemóvel.
As entrevistas foram feitas pela Consulmark, entre 18 e 22 de Maio.
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