À procura de textos e pretextos, e dos seus contextos.

07/02/2010

"Nunca nos chamaram, nem para fazer formação"

E m Outubro de 2009, José Branco rescindiu, por mútuo acordo, o contrato de trabalho com a Qimonda. Com pouca esperança no futuro da empresa e com a certeza de que seria, em breve, um dos despedidos, saiu, aproveitando a oportunidade dada para receber a devida indemnização.

Menos de um mês depois, a agora Nanium despediu 660 pessoas. Com 25 anos, seis ao serviço da Qimonda - o seu primeiro emprego -, uma casa para pagar e, até então, um trabalho estável, numa "boa empresa", a "ganhar bem", José Branco foi inscrever-se no Centro de Emprego e engrossar a já longa lista de desempregados do concelho de Vila do Conde. Lamenta que, até hoje, nunca o tenham contactado: "Ficamos inscritos para formação profissional, mas nunca nos chamaram, nem para empregos, nem para formação", diz, acrescentando que, mesmo os colegas que, em Maio, foram despedidos da empresa, ainda não foram chamados. José Branco direito a 680 euros de subsídio de desemprego durante 13 meses. Reconhece que é difícil arranjar trabalho a ganhar melhor e que tem formação "a mais" numa área, onde as saídas profissionais são, actualmente, nenhumas. Por isso mesmo, quer aproveitar para fazer o 12.º ano e, depois, quem sabe, conseguir um emprego melhor.

Quatro meses depois, olha com "desilusão" a fábrica quase vazia e lamenta que "não se tenha feito mais para salvar uma empresa que podia ter um bom futuro pela frente".

http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=1488578

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