Os sindicatos da Função Pública mostraram-se hoje, quinta-feira, indignados com a possibilidade de congelamento salarial dos trabalhadores do Estado até 2013, medida que o Governo não confirma.
A notícia de que o Governo deverá congelar os salários reais da Função Pública, no âmbito do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) que em breve será apresentado a Bruxelas, foi avançada pelo ?Diário Económico?.
Fonte oficial do Ministério das Finanças disse à Agência Lusa que esta medida "não se confirma", uma vez que o PEC está "ainda a ser elaborado" e será divulgado "em tempo oportuno".
O gabinete de Teixeira dos Santos lembrou que o Governo tem dito que pretende "durante o período de consolidação, a redução de despesas de pessoal assente no controlo de admissão (regra 2 por 1) e numa política de moderação salarial".
O presidente do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE) manifestou "surpresa" com a informação, que surge dois dias após o arranque das negociações salariais na Administração Publica, para a qual o Governo apresentou uma proposta de congelamento para 2010, medida que os sindicatos se opõem.
"Se se seguem outros congelamentos, é manifesto que isto afectará a motivação dos trabalhadores, que ficará ainda mais em baixo se tal é possível", disse Bettencourt Picanço.
O Governo está assim "a colaborar com o afundamento da economia, empobrecendo os trabalhadores, tornando-os incapazes de fazer uma vida normal", o que contribuirá "ainda mais para aumentar a crise", defendeu.
Por estar contra a intenção de congelamento para 2010, o STE encontra-se a reunir com as restantes estruturas e trabalhadores para decidir formas de luta.
A Frente Comum, que já agendou vários protestos para os próximos meses, incluindo uma greve nacional para dia 04 de Março, lamentou que o Governo continue a recorrer "a tudo o que é possível para reduzir os salários na Administração Pública".
"Não há desculpas suficientes para congelamento de salários, que na prática significa uma redução salarial, uma vez que os descontos para a ADSE aumentam e toda a gente terá menos dinheiro este ano", frisou Ana Avoila, coordenadora da estrutura.
Para Nobre dos Santos, da Frente Sindical da Administração Pública (FESAP), o congelamento dos salários até 2013 é "inaceitável" e vai agravar o processo negocial na Administração Pública.
"Na próxima reunião abordaremos esta questão para perceber a veracidade destas medidas e, se for, obviamente o processo está inquinado", avançou.
http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Nacional/Interior.aspx?content_id=1492294
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