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10/02/2010

Milhares manifestam-se em Atenas e Salónica contra cortes salariais

Os cortes salariais justificados pelo Governo grego com a crise económica e financeira em que se encontra o país levaram hoje para as ruas de Atenas e de Salónica mais de dez mil pessoas. O protesto decorreu em dia de greve geral contra os “sacrifícios injustos e ineficazes” do plano contra a crise do primeiro-ministro, Giorgios Papandreu.

Ao final da manhã, o Adedy, principal sindicato dos funcionários públicos do país, contou pelo menos cinco mil dos seus membros nas ruas da capital grega e três mil outros em Salónica, no norte da Grécia. Por sua vez, a Frente de Luta sindical (PAME), que deriva do ultra-ortodoxo partido comunista, confirmou que conseguiu reunir cerca de cinco mil militantes numa outra manifestação também em Atenas.

Apesar dos protestos em separado contra a redução do salário real, as restrições à contratação e à supressão de benefícios fiscais, os manifestantes das três estruturas mostraram-se unidos na motivação para a contestação. “Não devemos pagar a crise”, gritaram uns, “Greve contra os especuladores”, escreveram outros em cartazes, onde apelaram ainda à união numa resposta contra “os banqueiros, armadores e grandes empresas”.

Em Atenas, a polícia de intervenção grega chegou a lançar gás lacrimogéneo sobre os manifestantes. Segundo as autoridades, a decisão foi tomada depois de funcionários de recolha de lixo terem tentado quebrar um cordão policial com os seus camiões para se juntarem aos manifestantes que seguiam a pé pelas ruas da capital. À agência Reuters, um oficial da polícia afirmou que alguns manifestantes responderam à acção das autoridades lançando-lhes pedras. “Mas o incidente foi rapidamente resolvido”, sublinhou.

Grécia a meio-gás

As manifestações decorrem em dia de greve geral no país, que está praticamente parado dada a adesão de funcionários dos vários sectores à paralisação. Ainda não existem números oficiais de adesão, mas os funcionários dos ministérios, finanças e autarquias e professores estão entre os grevistas, bem como os controladores aéreos, o que levou a que as duas grandes companhias aéreas gregas, a Olympic Air e a Aegean, tenham anulado todos os voos de hoje.

O organismo nacional dos caminhos de ferro reduziu também o número de comboios nas ligações internas, devido à greve de nove horas da Federação Nacional de Caminhos de Ferro , mas as ligações internacionais não foram afectadas pela paralisação.

Nos hospitais públicos, os serviços estão a ser prestados por pessoal mobilizado para suprir as faltas dos que aderiram à greve.

http://economia.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1422123

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