O novo plano de viabilização da Rohde lança no desemprego 834 operários. Se a proposta entregue no tribunal for aceite apenas 150 ficam na empresa. Mas a representante laboral diz que este plano não deverá receber o voto favorável. Será o fim da Rohde.
"É uma proposta ridícula, para chumbar e fechar a empresa de vez", as palavras são da representante dos trabalhadores, Cristina Moreira, quando confrontada com as informações sobre o novo plano de viabilização, entregue, na passada quinta-feira, pela administração da Rohde no tribunal e que prevê lançar no desemprego a maioria dos trabalhadores.
"Ainda se fosse meio por meio...Mas a confirmar-se esse número penso que os trabalhadores terão a minha opinião e não irão concordar com a aprovação da proposta" adiantou. Um cenário que, a confirmar-se, representaria o fim da empresa de calçado. Os trabalhadores são os únicos credores e cabe a eles decidir se aprovam, ou não, o plano.
Apesar de representar a grande maioria dos trabalhadores no processo de insolvência (827), Cristina Moreira não foi informada do seu conteúdo. Tomou conhecimento do mesmo através da Imprensa. "Isto é ridículo não fui informada de nada". "Assim não se pode trabalhar. Devíamos ter sido informados nem que fosse por uma mensagem de telemóvel. Isto é uma palhaçada", concluiu.
Um desagrado comungado pela coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores do Calçado de Aveiro e Coimbra, Fernanda Moreira, que se mostra particularmente preocupada com as lacunas que diz já ter detectado no plano, apesar de ainda não ter o documento na sua posse.
Questões por responder
"Pelo que fui informada não tiveram o cuidado de responder mais uma vez às questões que já na primeira versão do plano não tinham sido respondidas". Ou seja, "quem vai ficar a administrar a empresa e com que direitos vão ficar os trabalhadores que forem escolhidos". "É lamentável que os representantes dos trabalhadores não tenham sido ouvidos" afirma, ainda, Fernanda Moreira.
O advogado da Rohde, Domingos Leite, confirmou, ao JN, que há, actualmente, encomendas que asseguraram trabalho para 150 trabalhadores, já em Março. Afirma que outros trabalhadores poderão vir a ser contratados, dependendo das encomendas que possam angariar no futuro. Mas excluiu a possibilidade de vir a empregar cerca de metade da actual mão-de-obra.
Domingos Leite mostra-se confiante na aprovação do plano: "penso que vão aceitar". "A percentagem de indemnização é razoável" adianta o causídico, apesar de não saber, em concreto, que verba poderá ser atribuída a título de indemnização. O valor está pendente do preço a que for vendido o património da empresa.
O futuro da Rohde ficará decidido na nova reunião de credores, cuja data deve ser em breve anunciada pelo Tribunal de Santa Maria da Feira.
http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Aveiro&Concelho=Santa%20Maria%20da%20Feira&Option=Interior&content_id=1489942
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