Apesar do risco de pobreza entre os mais idosos ter diminuído de 26 para 21 por cento, o mesmo não aconteceu entre os mais jovens. No espaço de um ano, o risco de pobreza entre a população até aos 18 anos, cresceu de 21 para 23 por cento.
Entre os empregados, o risco manteve-se nos 12 pontos porcentuais, mas todos estes valores estão acima da média da União Europeia.
Os dados do Eurostat divulgados dão conta de que 18 por cento da população portuguesa viveu, em 2008, com menos de 5.800 euros anuais, ou seja, com menos de 60 por cento do Rendimento Nacional per capita, a medida que define o limiar da pobreza.
Os dados do organismo responsável pelas estatísticas europeias mostram que, em 2008, as taxas mais elevadas de pessoas em risco de pobreza foram detectadas na Letónia (26 por cento), Roménia (23), Bulgária (21), Grécia (20), Espanha (20) e Lituânia (20).
As menos elevadas na República Checa (9 por cento), Holanda (11), Eslováquia (11), Dinamarca (12), Hungria (12), Áustria (12), Eslovénia (12) e Suécia (12).
A taxa de «risco de pobreza» é uma medida relativa que permite a comparação entre Estados-membros, visto que o limiar de pobreza varia enormemente entre países.
Os dados foram revelados no quadro da conferência sobre o Ano Europeu da Luta contra a Pobreza e a Exclusão Social, que tem lugar a 21 de Janeiro próximo em Madrid, organizado pela Comissão Europeia e pela presidência espanhola da União Europeia (UE).
Neste relatório, Bruxelas analisou ainda indicadores de carência material. Em Portugal, a média volta a ser superada tendo, por exemplo, 35 por cento dos portugueses assumido passar frio em casa por não ter dinheiro para comprar sistemas de aquecimento, um valor bastante acima dos 10 por cento da média da UE.
Os números publicados mostram ainda que, em 2008, a percentagem da população portuguesa que não conseguia pagar uma semana de férias anuais fora da sua residência era de 64 por cento (a média europeia era de 37).
Finalmente, quatro por cento dos portugueses não conseguia, pelo menos de dois em dois dias, pagar uma refeição com carne, galinha ou o equivalente em legumes (nove nos 27).
Perante os dados deste relatório do Eurostat, o sociólogo e especialista em pobreza, Bruto da Costa, considerou à TSF que estes números não valem para establecer políticas actuais.
http://tsf.sapo.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=1472803
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