O principal núcleo de produção da portuguesa Hovione vai "sair da Europa para a China" a médio prazo afirmou o administrador executivo da companhia, Guy Villax.
No ano em que comemora o 50º aniversário da empresa fundada pelo pai, Guy Villax não aponta uma data concreta para que a China seja o principal centro de produção da empresa, mas salienta que a médio prazo isso será uma realidade.
"Recentemente duplicámos a capacidade (de produção) da Hovione na Europa com a compra à Pfizer da fábrica do Lipitor na Irlanda e passamos a ter 800 metros quadrados de espaço de produção", explicou.
Guy Villax salienta, no entanto, que a situação da Europa onde tem fábricas em Portugal e Irlanda - será mantida "só para os próximos sete a 10 anos porque o crescimento forte vai ser na China".
O responsável adiantou que a fábrica que a empresa detém actualmente em joint-venture a sul de Xangai é uma espécie de "school-fee" ou "curva de aprendizagem" para no futuro aumentarem a sua capacidade no país.
Guy Villax explicou que até há pouco tempo a empresa ia "à China obter matérias-primas e às fábricas ensinar a produzir" mas entretanto, nos últimos dois anos, passou também a produzir e "o sucesso tem sido extraordinário".
"Por um lado o processo de aquisição e de conquista das pessoas tem tido um sucesso enorme que só se explica pelo apoio da fábrica de Macau, mas por outro lado o crescimento das vendas da fábrica tem sido extraordinário" disse salientando que a Hovione entrou num projecto que tinha de vendas no valor de quatro milhões de dólares e que este ano a facturação será de cerca de 25 milhões de dólares.
Empenhada no mercado chinês, a Hovione vai lançar também em Macau o programa 'welcome back' que permitiu à companhia recrutar para Lisboa quase uma dezena de doutorados que estavam no estrangeiro "sem perspectivas" de futuro no seu regresso ao país.
"O 'welcome back' de Macau tem outras características. O que aconteceu foi simples: Vimos o sucesso que estávamos a ter com a fábrica na China e procurámos saber porquê, como é que isto se explica e é óbvio que são os dirigentes de Macau que fazem acontecer estas coisas", começou por explicar Guy Villax.
Depois, continuou, "começamos a ver que eram pessoas de Macau que estavam à frente" de áreas importantes da empresa em diversos locais do mundo e por isso o 'welcome back' Macau "é uma forma pró-activa de nós irmos às faculdades onde pessoas que têm raízes de Macau estão a estudar" e apresentar o programa de estágios para que conheçam a empresa e a empresa os fique a conhecer.
"Eventualmente iremos propor empregos no fim da formação com um itinerário interessante: seriam 18 a 36 meses em Macau, seguido de 18 a 36 meses noutra fábrica da Hovione e assim criarmos uma bolsa de 'managers' muitíssimo competentes, com forte conhecimento do que é a Hovione de como nós trabalhamos e um bom conhecimento de coisas chinesas, da língua chinesa, da cultura, da mentalidade para nos ajudar nos nossos projectos na China", disse.
Criada em 1959, a Hovione tem actualmente fábricas em Loures, Irlanda, Macau e China, escritórios em Hong Kong e Bélgica e um centro de investigação em Nova Jersey.
Em Macau há 25 anos, Guy Villax sublinha que é na região administrativa especial de Macau que está a "alavanca extremamente poderosa para a expansão na China".
Em 2008 a Hovione vendeu princípios activos no valor de 125 milhões de dólares e para 2009 o grupo espera atingir os 143 milhões de vendas.
J.Negócios - 09.11.09
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