O UBS é um dos maiores bancos do mundo e tinha, em Abril, 76 mil funcionários em 50 países. Porém, a grave crise mundial e os prejuízos de milhares de milhões de euros acumulados nos últimos tempos levaram o presidente executivo do grupo, Oswald Gruber, a anunciar durante a apresentação dos resultados do primeiro trimestre de 2009 o corte de 8.700 empregos em todo o mundo até 2010.
Contactado pela Lusa, o gabinete de comunicação em Londres do UBS não quis tecer quaisquer comentários sobre a decisão de deixar de ter uma representação directa em Portugal, tendo sido também impossível apurar quantos colaboradores foram dispensados, ou transferidos para outros países, com o encerramento da sucursal portuguesa.
Em Abril de 2007 o Banco de Portugal reconheceu a habilitação do UBS para exercer actividade no mercado português, tendo sido aberta uma sucursal na Rua Barata Salgueiro, em Lisboa.
No início de 2008 o UBS lançou uma unidade de 'private banking' [gestão de fortunas] em Portugal, dado o período de expansão económica que se perspectivava na altura.
Contudo, essa divisão foi encerrada apenas 12 meses depois (ou seja, já no princípio deste ano), com os clientes a serem transferidos para Madrid.
Agora, vários meses depois, deixa totalmente de operar de forma directa no mercado português.
Esta é uma estratégia que tem vindo a ser seguida por outros bancos de investimento e sociedades gestoras de fundos internacionais, como a Schroders e a Fidelity International, que encerraram os seus escritórios em Portugal com o aprofundar da crise, passando a trabalhar na Península Ibérica a partir de Madrid.
De acordo com fontes do sector financeiro, a UBS mantinha até há pouco tempo em aberto o pedido de passagem da sucursal a banco de direito português junto do Banco de Portugal, mas a decisão de fechar a sua representação no país sinaliza que deverá ter desistido dessa intenção.
A Lusa contactou o Banco de Portugal, que se escusou a comentar a situação do UBS, rementendo para a informação que consta no seu 'site' e que ainda não dá conta da decisão de fechar as portas do escritório em Lisboa.
O UBS aparece com o código 145 nas instituições classificadas como 'Escritórios de Representação de IC com sede no Estrangeiro', com um estado 'activo' que, face à decisão de abandonar o mercado português, deverá passar a 'inactivo' na próxima actualização da lista das entidades financeiras autorizadas a operar no mercado pelo Banco de Portugal.
Destak.pt - 09.11.09
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