Produto interno bruto per capita português representa 3/4 do valor desta medida nos países da UE-27

Valor relativo do produto interno bruto (PIB) per capita português tem-se mantido relativamente estável ao longo dos anos. A região de Lisboa tinha, em 2007, um PIB per capita superior àquele que é apresentado em termos médios pelos países da UE-27.

O PIB per capita é calculado numa moeda comum que anula as diferenças dos preços entre os países, denominada Paridade do Poder de Compra. O valor médio do PIB per capita dos países da UE-27 serve como referência para o cálculo deste indicador nos demais países em causa no gráfico 1 (UE-27=100).
Tendo em conta esta referência metodológica, e atentando no gráfico 1, observa-se que o PIB per capita luxemburguês era, em 2008, 153,0% (1,53 vezes) superior relativamente ao verificado em termos médios na UE-27. Este é o valor mais elevado entre os países em causa neste gráfico. O PIB per capita português, por seu lado, representava 75,0% desse valor de referência médio (UE-27=100), abaixo do registado no Chipre, Grécia, Eslovénia e República Checa. Roménia, Turquia, Bulgária e Macedónia apresentavam em 2008 um PIB per capita que não atingia sequer metade da grandeza do PIB per capita da UE-27.

O gráfico 2 permite observar a evolução do valor relativo do PIB per capita de Portugal, Espanha e Grécia (UE-27=100). Veja-se que ao contrário de Portugal, cujo valor relativo do PIB per capita em 2008 é ligeiramente inferior face ao registado em 1997, Grécia e Espanha viram a grandeza relativa desta medida aumentar significativamente ao longo desse intervalo. Espanha, aliás, tem em 2008 um PIB per capita superior ao da média da UE-27 em cerca de 4%, quando em 1997 o valor desse indicador era inferior face ao registado nesse conjunto de países em aproximadamente 7% .

O gráfico 3 ilustra o valor relativo do PIB per capita das regiões NUT II portuguesas em 2007, tomando novamente como referência o valor médio desse indicador nos países da UE-27. Com um PIB per capita que representava 61% do valor desse indicador na UE-27, o Norte era a região portuguesa que mais se distanciava da média europeia. A região Centro, a Região Autónoma dos Açores e o Alentejo apresentam também para este indicador valores abaixo da média nacional (76%). Lisboa destaca-se por apresentar um PIB per capita 6% superior ao da UE-27, enquanto a Região Autónoma da Madeira se aproxima bastante do valor médio desta medida nesse conjunto de países.

Nota Metodológica: Por Paridade de Poder de Compra Padrão ou PPS (“Purchasing Power Standard”, no original inglês) “entende-se a unidade monetária comum artificial de referência utilizada na União Europeia para expressar o volume dos agregados económicos para efeitos das comparações espaciais, de modo a eliminar as diferenças no nível dos preços entre países. Em termos práticos, PPS é a designação dada pelo Eurostat para esta “unidade artificial” no qual as Paridades de Poder de Compra e as despesas finais em termos reais são expressas, isto é, ‘Euro baseados em UE 27 ou outra combinação’. ‘Euro baseados em UE 27’ são Euro que têm o mesmo poder de compra no espaço da União Europeia a 27. O seu poder de compra é uma média ponderada do poder de compra das moedas nacionais de todos os estados membros da União Europeia, reflectindo o nível de preços médio na referência UE 27 ou, mais precisamente, a média ponderada dos níveis de preços dos estados membros” (INE). Observatório das Desiguladades - 02.10.10