A greve de hoje dos trabalhadores da Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário (EMEF) está a registar uma adesão de 90 a 95 por cento, mas não deverá causar distúrbios na circulação de comboios, disse à Lusa fonte sindical.
De acordo com o coordenador do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário (SNTSF), “amanhã [quinta-feira] ou depois poderia haver alguns problemas de falta ou entregas atrasadas de material circulante”, mas tal não deverá acontecer porque “amanhã [quinta-feira] vai recuperar-se rapidamente o trabalho” que hoje ficou por fazer.
“O nosso objectivo também não era esse, mas sim demonstrar à administração o nosso descontentamento”, salientou José Manuel Oliveira.
Os trabalhadores da EMEF reivindicam alterações nas carreiras profissionais, nomeadamente a criação de um sistema de progressão na carreira mais adequado aos trabalhadores mais velhos e de uma carreira na área da logística, que ainda não existe apesar de “muitos” funcionários estarem a desempenhar funções nesta matéria.
Acusando a administração da EMEF de se recusar a discutir as propostas de alterações nas carreiras apresentadas pelo sindicato, José Manuel Oliveira adiantou que será pedida uma reunião ao próprio presidente da empresa. “Já que com os membros da administração não conseguimos chegar a entendimento, queremos falar directamente com o presidente”, afirmou.
Segundo o coordenador sindical, o nível médio de adesão à greve, que decorre durante todo o dia de hoje, “correspondeu às expectativas” do SNTSF, variando em cada uma das várias oficinas de reparação da EMEF existentes no país. “As maiores oficinas estão, sobretudo, concentradas em Lisboa, Porto, Figueira da Foz, Entroncamento e Barreiro, mas há pequenas oficinas um pouco por todo país”, disse.
No Barreiro, referiu, a adesão à paralisação ronda os 95 por cento, enquanto no Entroncamento se situa nos 90 por cento, no Porto (em Contumil) chega aos 90/95 por cento e em Lisboa se ficou pelos 60 por cento. De acordo com José Manuel Oliveira, nas várias oficinas “o trabalho que está a ser feito é com recurso aos trabalhadores contratados a prazo, que na empresa já atingem quase os 13 por cento”.
Contactada pela Lusa, no dia 18, fonte oficial da CP manifestou disponibilidade para dialogar se o pré-aviso de greve fosse retirado. A mesma fonte afirmou que a EMEF “não negoceia com pré-aviso de greve”, acrescentando que a empresa viu com “surpresa” o facto de o pré-aviso ter surgido “antes de haver conversações entre as duas partes”.
A EMEF, que é detida a 100 por cento pela CP - Comboios de Portugal, dedica-se à reparação de material ferroviário e, segundo o sindicato, emprega 1500 trabalhadores.
Público.pt - 30.09.09
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30/09/2009
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