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19/05/2009

Trabalhadores da IFM/Platex protestam à porta da empresa

Cerca de 50 trabalhadores da Indústria de Fibras de Madeira (IFM/Platex), de Tomar, estão concentrados desde segunda-feira de manhã à porta da empresa para impedir a entrada e saída de camiões com material, adiantou hoje o porta-voz dos funcionários.

De acordo com o Sindicato da Construção, Madeiras, Mármores e Cortiças do Sul, a empresa parou a laboração a 11 de Abril, por falta de matéria-prima, e deve o salário desse mês aos 226 trabalhadores.

Em declarações à agência Lusa, o porta-voz dos trabalhadores António Basílio adiantou que os funcionários passaram a noite frente à empresa de forma pacífica, referindo que "vão permanecer por lá por tempo indefinido". "Passámos a noite em vigília. Acendemos uma fogueira, pois estava frio, e algumas pessoas trouxeram-nos comida", contou.

António Basílio salientou que os trabalhadores vão continuar à porta da empresa até que sejam encontradas soluções para os seus problemas.

O protesto, que começou pacificamente às 11h30 de segunda-feira, visa também pressionar o Ministério da Economia a dar uma resposta quanto à viabilidade económica da IFM/Platex.

Os trabalhadores vão reunir-se hoje, às 11h00, em plenário à porta da empresa e para a tarde está agendada, a pedido da Câmara Municipal de Tomar, uma reunião com representantes sindicais para tentar desbloquear a situação.

A IFM/Platex, única no género no país e uma das maiores da Europa, de acordo o sindicato, produz contraplacado de madeira, usado em portas interiores de habitações.

Na sexta-feira, uma delegação de operários deslocou-se ao Governo Civil de Santarém pedindo a sua intervenção.

Em declarações anteriores à Lusa, o dirigente sindical Aquilino Coelho referiu que, numa reunião na semana passada com o gabinete do secretário de Estado da Indústria, foi dito que o Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação (IAPMEI) está a fazer uma avaliação do pedido da empresa para ser apoiada na aquisição de matéria-prima. O pedido visa manter a empresa em laboração, pelo menos parcialmente, de forma a não perder um mercado conquistado ao longo dos últimos anos.

O presidente do conselho de administração da IFM, Jorge Themudo Barata, disse à Lusa esperar que, até ao fim de Maio, seja encontrada uma solução que permita não só dar liquidez à empresa, mas também aligeirar compromissos, nomeadamente com a banca.
Público.pt - 19.05.09

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