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18/05/2009

Sindicatos da PSP vão juntos à manifestação

Os nove sindicatos da PSP chegaram a um acordo histórico e pela primeira vez desfilam juntos no protesto de dia 21. Até os oficiais oriundos do Instituto de Ciências Policiais - os futuros comandantes da PSP - apoiam a manifestação.

A conjugação para chegar a uma plataforma comum - a primeira vez que tal acontece em 20 anos de sindicalismo na PSP - começou a desenhar-se logo que a Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP) da PSP marcou a manifestação para o dia 21 de Maio.

As antigas discordâncias caíram face à dificuldade em chegar a acordo com o Governo, nas negociações relativas aos novos estatutos da PSP, propostos pelo Ministério da Administração Interna (MAI) e dos quais a totalidade dos sindicatos discorda. A conjugação de esforços assentou ainda na necessidade de as forças sindicais encontrarem uma plataforma de negociação quanto aos estatutos, dando origem a várias reuniões por todo o país.

Tendo já a manifestação como horizonte e após contactos informais, a ASPP [com o maior número de associados] convocou há duas semanas, para um hotel de Lisboa, os representantes dos outros oito sindicatos. "Foi nessa reunião que chegámos a acordo", apontou, ao JN, Paulo Rodrigues, presidente da ASPP.

"A manifestação foi marcada por nós, mas na reunião convidámos todos os outros sindicatos a estarem presentes", apontou o dirigente. Aceites os objectivos do protesto, a dúvida passou a ser quem estaria na frente da acção de rua, o lugar de maior protagonismo. "Cada sindicato poderá ter um dirigente à cabeça da manifestação", esclareceu o responsável pela ASPP, que acusa o MAI de estar a querer desmobilizar a acção de protesto.

António Ramos, presidente do Sindicato dos Profissionais de Polícia (SPP), garantiu, ao JN, que a reunião surgiu numa altura de grande " descontentamento". "Andámos anos de costas voltadas porque discordávamos da postura que uns sindicatos tinham em relação a determinadas matérias importantes para a Polícia", acrescentou. Todos os responsáveis sindicais terão oportunidade de discursar no final da manifestação.

Mas tanta unidade não apaga as rivalidades de anos. António Ramos defende que "esta união [que conduz ao protesto de rua] se deve a um esforço, a um trabalho e à iniciativa do SPP nos últimos tempos".

O próprio Sindicato Nacional dos Oficiais da PSP (SNOP) manifesta "publicamente o apoio à manifestação", nas palavras do presidente Calos Resende. A estrutura representa os oficiais oriundos do Instituto Superior de Ciências Policiais, os futuros comandantes da PSP e que actualmente estão à frente de muitas das divisões e comandos. Apesar de não se fazer representar, Carlos Resende reconhece ser a "primeira vez que o sindicato apoia publicamente uma manifestação". "Há a questão do comando e da hierarquia", frisa.

Fonte do MAI salientou, ao JN, o "diálogo franco e construtivo, através da Secretaria de Estado da Administração Interna", que tem desenvolvido com os sindicatos.

J.N. - 18.05.09

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