Está marcada para hoje, no Tribunal do Comércio de Gaia, a decisão sobre o futuro da Imperconser. Na expectativa estão os 165 funcionários da empresa conserveira de Vila do Conde, que te-mem pelos postos de trabalho.
A Gencoal, que desde 2006 explora a conserveira, quer comprar a unidade e tem o apoio dos trabalhadores; Gonçalo de Melo, o dono da empresa, quer voltar à fabrica das Caxinas (Vila do Conde) e tem ao seu lado os principais credores.
Na Imperconser trabalham 165 pessoas, que continuam a acusar Gonçalo de Melo de querer encerrar a conserveira e de apresentar, em Assembleia de Credores, um plano de restruturação "sem sustentação financeira", para reaver uma fábrica onde "nem máquinas tem".
Recorde-se que, entre finais de 2001 e Janeiro de 2006, a Imperconser foi administrada por Gonçalo de Melo. No início de 2006, a empresa, com mais de 11 milhões de euros de dívidas, entrou em insolvência e, face às dificuldades, celebrou com a Gencoal - detida a 100% pela italiana General Conserve - um contrato de exploração. Agora, com a insolvência a chegar ao fim, a Gencoal, credora em mais de um milhão de euros, quer ficar com a fábrica.
Ao JN, fonte da administração da Imperconser explica que a Gencoal quis comprar a fábrica por dois milhões de euros, mas Gonçalo de Melo acredita que a unidade vale cinco a seis milhões. Sem acordo, o administrador de fábricas como a Serrano ou a Pátria, em Leça da Palmeira, tem, agora, um novo parceiro estratégico: a inglesa MCM Select Foods.
As máquinas, explicou ao JN fonte da administração da Imperconser, foram, de facto, adquiridas em leilão pela Gencoal por quatro mil euros, mas o negócio, "feito de má fé, já que as máquinas valem cerca de um milhão", "foi considerado nulo pelo Tribunal".
"O engenheiro Melo, ao contrário do que as trabalhadoras dizem, quer ficar com a fábrica para a manter e não para fechar as portas", frisou a fonte, acrescentando que o plano de restruturação é subscrito pelo administrador da insolvência e pelos principais credores: o BES e outras empresas a cargo do mesmo administrador.
"Como é que a General Conserve, que em Itália tem 20 trabalhadores, e, na Gencoal, um capital social de 50 mil euros, se propõe comprar a fábrica, quando em três anos tem já dívidas a fornecedores de mais de um milhão de euros?", questionou a mesma fonte.
J.N. - 18.05.09
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