A crise pode levar ao despedimento de trabalhadores efectivos. A passagem a um turno cria 1.200 excedentes e a deslocalização da fábrica também é hipótese.
A diminuição das encomendas pode levar ao despedimento de efectivos na Autoeuropa. Ontem, a administração reuniu com os mais de três mil trabalhadores e alertou para a necessidade de reorganizar o tempo de trabalho. Entre os cenários possíveis está a passagem da produção para um turno, contra os actuais dois, ou da reorganização do tempo de trabalho. Foi ainda avançada a possibilidade de a produção da empresa portuguesa ser absorvida por uma fábrica na Alemanha como consequência da actual conjuntura.
"Precisamos de mais ferramentas de flexibilidade na organização dos tempos de trabalho para reagir melhor às flutuações de mercado. Há vários cenários em cima da mesa sendo que a passagem a um turno abre caminho à saída dos 250 contratados a termo e de alguns efectivos", disse ao Diário Económico fonte oficial da Autoeuropa. Actualmente, trabalham na fábrica 3.028 pessoas, sendo que cada "turno afecto à produção conta com sensivelmente 1200 pessoas", explica ao Diário Económico uma fonte ligada à empresa.
Em Abril passado, a administração da fábrica portuguesa da Volkswagen (VW) confrontou os trabalhadores com a proposta de redução do tempo de trabalho a um turno durante o período de 17 de Agosto de 2009 a Julho de 2010. Apesar do comunicado entregue na altura aos trabalhadores não constar o termo ‘lay-off', Tiago Cortes, advogado especializado no Código do Trabalho, explicou que "pela leitura que se faz do documento existe uma suspensão do contrato de trabalho que posteriormente será retomado. Isto é um ‘lay-off'", diz.
Em cima da mesa está também outra solução. "O nosso futuro depende da nossa flexibilidade", afirmou Andreas Hinrichs, director-geral da Autoeuropa durante a reunião com os trabalhadores. Para conseguir essa flexibilidade e como forma de reagir às flutuações do mercado foi-lhe proposto que trabalhem seis dias por semana quando há picos de produção, ou reduzam para quatro dias nas alturas de quebra. Ou seja, é possível trabalhar oito sábados por ano, com um limite de dois por mês, que serão pagos como um dia de trabalho normal.
Diário Económico - 19.05.09
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