Empresas despedem após receberem apoios do Estado
A Renault Cacia, a fábrica de calçado Ecco Let, a Visteon e a Saint-Gobain são algumas das empresas que a CGTP acusou de se estarem a aproveitar ilicitamente da crise para suspender a produção, fazer despedimentos ou até encerrar.
A central sindical analisou 347 empresas que estão a passar por dificuldades diversas (falências, encerramentos, despedimentos, rescisões, salários em atraso e suspensão de actividade) e concluiu que várias delas estão a aproveitar o cenário de crise para justificar iniciativas que podiam evitar, algumas das quais violando a lei.
"Não escamoteamos nem ignoramos problemas reais, que existem, que colocam hoje grandes desafios à gestão das empresas, mas o traço mais marcante da realidade económica portuguesa é de uma muito grande invocação instrumental da crise para impor medidas que não resolvem os problemas", disse o líder da CGTP-IN, Carvalho da Silva.
Em reacção à denúncia, o ministro do Trabalho, Vieira da Silva, afirmou desconhecer que haja empresas a aproveitar a crise para fazer despedimentos, mas garantiu que se existirem serão "sancionadas". A ACT confirma a existência de algumas práticas ilegais em empresas em dificuldades.
O levantamento da CGTP mostra que algumas das empresas em causa receberam apoios do Estado para investimentos, com o compromisso de manterem os postos de trabalho.
É o caso da Renault Cacia, que recebeu 28,8 milhões de euros para a criação de 100 postos de trabalho e que actualmente está a fazer paragens na produção, depois de ter dispensado 30 trabalhadores contratados a termo.
A Ecco Let, de Santa Maria da Feira, está a preparar a deslocalização, deixando sem emprego 180 pessoas, depois de ter recebido apoios financeiros do Estado.
Também a Tyco, em Évora, recorreu ao lay-off, depois de ter recebido 23,4 milhões de euros para criar postos de trabalho. LUSA
D.N. 04.03.09
À procura de textos e pretextos, e dos seus contextos.
04/02/2009
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