União de Sindicatos defende a implementação de observatório. Situação na Feira "pode ser explosiva"
A implementação de um observatório da situação social no distrito de Aveiro foi defendida por Joaquim Almeida, da União de Sindicatos, para quem o concelho da feira pode ser explosivo em termos sociais.
A criação do Observatório, "um organismo provisório, informal, com o objectivo de fazer um balanço da situação social, de dois ou de três em três meses", segundo Joaquim Almeida, coordenador da União de Sindicatos de Aveiro deveria funcionar sob a égide do Governo Civil de Aveiro e integrar parceiros sociais, como a União de Sindicatos, a associação patronal representativa da industria no distrito de Aveiro, para além da associação patronal do sector do comércio e organismos do Estado como a Segurança Social e a Autoridade para as Condições do Trabalho.
"Este Observatório deveria ter como objectivos fundamentais, o cruzamento e tratamento de informação sobre a evolução da situação global no distrito bem como a apresentação de sugestões e propostas para a resolução dos problemas".
Numa conferência de Imprensa realizada para retratar a situação laboral e social do distrito de Aveiro, Joaquim Almeida lembrou que o Conselho Consultivo da segurança Social e do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) "nunca funcionou desde que o PS chegou ao poder".
A situação do emprego no distrito de Aveiro foi considerada "muito preocupante" pela União de Sindicatos de Aveiro que estima que 33 por cento da população activa esteja hoje desempregada ou com trabalho precário.
O caso mais grave é o do município de Santa Maria da Feira, "havendo quem sustente que se pode tornar um Vale do Ave". "A Feira é hoje o concelho no distrito de Aveiro com maior numero de desempregados e a curto prazo pode tornar-se numa situação explosiva", nomeadamente com o que se vive no sector corticeiro, onde certas falências podem ser consideradas "casos de polícia".
De acordo com os dados do Instituto de Emprego e Formação Profissional, em Dezembro de 2008, o número de desempregados registados no distrito era de 28 937, correspondente a 7,9 por cento da população activa do distrito, tendo o desemprego subido em todo o distrito, excepto no concelho da Murtosa.
As mulheres continuam a ser mais afectadas (61 por cento dos desempregados) seguidas dos desempregados de longa duração (38 por cento) e de jovens com idade inferior a 35 anos (37 por cento).
Segundo a União de Sindicatos, "a protecção social diminui enquanto o desemprego aumenta", dado que os desempregados inscritos nos Centros de Emprego do distrito que tinham subsídios de desemprego em Dezembro de 2008 (16 856) correspondiam a 58,3 por cento do total, enquanto em 2007, segundo dados da Segurança Social, representavam 61,3 por cento desse universo. Para aquela estrutura sindical, "os dados do IEFP não reflectem a efectiva realidade do desemprego no distrito, porque se referem apenas a dois indicadores: inscritos para o primeiro emprego e para novo emprego".
De acordo com Joaquim Almeida mais de 92 mil trabalhadores estão em trabalho precário sem se falar no falso trabalho independente".
"Há aproveitamento e invocação da crise por parte de patrões sem escrúpulos e sem qualquer assunção de responsabilidades sociais ", disse.
Jornal de Notícias 07.02.09
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07/02/2009
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