A CGTP-In acusou hoje a generalidade do tecido empresarial nacional de se estar a aproveitar da actual situação de crise para prejudicar os trabalhadores, revelando que, depois de ter analisado cerca de 400 casos, conclui que há encerramentos "fraudulentos".
No entender do secretário-geral da Intersindical, Carvalho da Silva, há um bloqueio na situação económica, que tem causas nacionais e internacionais, que é catalogado de crise e que essa crise é invocada por muitas empresas à custa dos trabalhadores.
“Não escamoteamos nem ignoramos problemas reais, que existem, que colocam hoje grandes desafios à gestão das empresas mas o traço mais marcante da realidade económica portuguesa é de uma muito grande invocação instrumental da crise para impôr medidas que não resolvem os problemas", disse o líder da CGTP-In.
Para Carvalho da Silva, dessa actuação "dominante" das empresas resulta a acelerada destruição do aparelho produtivo, o aumento do incumprimento das leis, o aumento da "chantagem" sobre o Estado, o aumento dos problemas entre as micro e as pequenas e médias empresas (PME), "que são o fundamental do tecido empresarial", e a "constante" exploração dos mais jovens.
Disse ainda que a preocupação das empresas está mais no aumento dos lucros do que na salvaguarda do emprego e adiantou que a CGTP tem vindo desde Dezembro a analisar cerca de 400 casos de empresas onde há situações de "aproveitamento" da crise que prejudicam os trabalhadores.
"Nesses 400 casos vemos deslocalizações oportunistas, ou seja aproveitar a crise para forçar uma deslocalização, vemos redução de postos de trabalho oportunistas, encerramentos e falências que cheiram a fraude por todos os poros, actuação unilateral de imposição de mecanismos que são violações das leis, vemos invocação da crise para não aumentar os salários dos trabalhadores e para transformar emprego estável em precariedade absoluta", denunciou.
No entender de Carvalho da Silva, deveria existir uma fiscalização mais "rigorosa" por parte dos organismos do Estado que têm a obrigação de supervisionar a área do trabalho, caracterizando como "gritante" a falta de eficácia e de actuação dessas entidades por causa da burocracia em que estão "atoladas".
Lusa - 02.02.09
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02/02/2009
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