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15/07/2011

Utentes "indignados" com supressão temporária de comboios

foto Steven Governo / Global Imagens
Utentes "indignados" com supressão temporária de comboios
Até ao final de Agosto, serão suspensos 17 comboios da linha de Cascais   
 
A Linha de Cascais deixará de contar com a circulação de 17 comboios até ao final de Agosto por "indisponibilidade de material", uma medida anunciada esta quinta-feira pela CP e que deixou os utentes daquela linha "muito indignados".
O representante da Comissão de Utentes da Linha de Cascais, Filipe Ferreira, considera a medida é "mais uma má política por parte da CP e do Governo e prova do constante desinvestimento que está a ser feito na Linha de Cascais".
"Repudiamos, de modo veemente, as más políticas que estão a ser implementadas pela CP a mando do Governo que só se preocupa em cortar e cortar sem olhar a meios", sustentou o representante, sublinhando que a decisão em nada vai resolver os problemas e que "os prejudicados são sempre os mesmos, os utentes".
Um comunicado da CP, divulgado esta quinta-feira, dá conta da necessidade de supressão de comboios na Linha de Cascais por "indisponibilidade de material circulante que tem necessidade de ser objecto de acções de reparação e manutenção".
Contudo, justifica, "face à actual conjuntura, a CP não pode equacionar a aquisição de novo material circulante para reequipar a sua frota de comboios".
Assim, a empresa decidiu imobilizar 17 circulações na Linha de Cascais, entre segunda-feira e 31 de Agosto, no sentido de "garantir a estabilidade de oferta e evitar supressões pontuais" até que a situação esteja resolvida.
Também o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário (SNTSF) já contestou a decisão, tendo já pedido esclarecimentos à Comissão Executiva da CP-Lisboa e à Administração da CP, mas sem resposta.
"Menos comboios em circulação será também uma menor necessidade de trabalhadores, mas até ao momento não se obteve nenhuma resposta", refere o sindicato em comunicado.
Para o SNTSF, esta medida resulta de acções do anterior e actual Governo relativamente às reduções de custos nas despesas públicas.
"Devido à suspensão cega dos investimentos, não se vislumbra alternativa e/ou solução a curto prazo. A resolução deste problema agrava-se pelo facto de Portugal ter perdido a sua capacidade na área da produção de material ferroviário", acrescenta.
De igual forma, o Bloco de Esquerda de Cascais criticou a medida, apresentando já uma moção de censura, em reunião de Assembleia Municipal, sustentada pela "degradação do serviço prestado pela CP aos utentes".
"Em altura de crise, onde se acentua de forma clara a dificuldade de mobilidade rodoviária para Lisboa, a debilitação do transporte ferroviário configura a pior das opções", conclui o BE.

http://www.jn.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Lisboa&Concelho=Lisboa&Option=Interior&content_id=1908193&page=-1

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