O suicídio de um agente da PSP hoje, o segundo desde o início do ano, preocupa o presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), para quem os riscos associados à profissão podem funcionar como catalisador nestas situações.
Em declarações à agência Lusa, Paulo Rodrigues considerou “bastante preocupante” o suicídio de um elemento da PSP de Almada, hoje de manhã nas instalações da esquadra, com a arma de serviço.
“É o segundo caso este ano, e ainda estamos no início de fevereiro”, acrescentou, considerando também que, “embora a informação disponível a respeito destes casos aponte para que as motivações para a ação não tenham que ver com problemas na polícia, os riscos associados à profissão podem servir como catalisador em situações depressivas”.
Paulo Rodrigues afirmou que “as estatísticas apontam para um aumento do número de casos de suicídio entre os elementos da PSP nos últimos anos”.
Na perspetiva da ASPP/PSP, “e apesar do bom trabalho que o gabinete de psicologia tem vindo a desenvolver, a polícia devia reforçar estes serviços com recurso às centenas de elementos da PSP com formação nesta área e que hoje não exercem essas funções”.
O representante do sindicato apelou ainda à “solidariedade entre os polícias, que devem estar alerta para situações como esta e ajudar os colegas a procurar ajuda”.
A notícia do suicídio foi confirmada hoje à agência Lusa pelo gabinete de relações públicas do Comando Distrital da PSP de Setúbal.
De acordo com a polícia, o incidente ocorreu por volta das 08:30, “sem que nada o fizesse prever”: “O elemento, de cerca de 50 anos, 27 de serviço na PSP, apresentou-se ao trabalho por volta das 08:00, conversou normalmente [com os colegas], nada podia levar a pensar que pudesse estar com algum problema pessoal”, afirmou a mesma fonte.
Para além disso, acrescentou, “este elemento nunca recorreu à ajuda dos psicólogos que a PSP tem em permanência ao serviço”.
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