À procura de textos e pretextos, e dos seus contextos.

04/02/2011

Escolas receiam ficar sem professores para corrigir exames

Exames nacionais marcados para final de Julho, quando professores já estão de férias.
O atraso da segunda fase dos exames nacionais - que este ano foi marcada para o final de Julho - está a preocupar os directores das escolas, que já adivinham grandes dificuldades para recrutar professores correctores. É que naquela altura do mês é normal muitos já estarem de férias. "Temo não ter pessoas disponíveis", alerta Rosário Gama, directora da Escola Infanta D. Maria, em Coimbra. Por um lado, diz, vai ter de mexer nas férias dos correctores, por outro, admite que não ficará surpreendida se muitos apresentarem justificações médicas.
"Vai ser complicado. Depois de um ano de aulas, não fico surpreendida se chegarmos a essa altura e muitos estiverem de baixa", explica a professora. Um receio partilhado por outros directores, ao comentarem as datas fixadas esta semana pelo Governo.
É uma questão de calendário e do facto de a segunda fase de exames se sobrepor ao período de férias dos professores, que têm 30 dias úteis para gozar, mas são obrigados a fazê-lo entre Julho e Agosto. Isto porque têm de estar na escola no início de Setembro para preparar a abertura do ano lectivo.
No ano passado foram feitos 133 623 exames na segunda fase, mais oito mil do que em 2009. Como cada classificador pode corrigir no máximo 60 provas, e tendo em conta as presença em 2010, serão necessários pelo menos 2227 professores. E as correcções vão entrar pelo mês de Agosto adentro. Com a agravante de este trabalho já não ser pago à parte - o Ministério da Educação pagava cinco euros por prova.
A preocupação é partilhada por directores e professores, que ainda assim compreendem que a primeira fase comece tarde, já que o 3.º período também começa tarde - a Páscoa é no final de Abril. "Mas não vejo qual é justificação para aquelas datas, sobretudo para o espaço entre o final da primeira fase e o início da segunda", diz Manuel Esperança, presidente do Conselho de Escolas, que tenciona falar com o secretário de Estado da Educação sobre este problema. O director da Secundária José Gomes Ferreira, em Lisboa, acredita que vai ser complicado até conseguir professores para vigiar os exames, sendo que o último é o de Matemática - uma prova feita por muitos alunos. 

http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1775277

Sem comentários:

Related Posts with Thumbnails