O desemprego e a precariedade permanecem como flagelos mundiais, confirma a OIT que destaca como particularmente grave a situação nos países ditos desenvolvidos.
Segundo relatório «Tendências mundiais do emprego – 2011», divulgado pela Organização Internacional do Trabalho, o número de desempregados em 2010 permanece inalterado face a 2009, isto é, mais de 205 milhões de pessoas em todo o mundo continuam sem ocupação laboral, situação agravada pela crise iniciada há dois anos e meio.
Entre os jovens, a taxa de desemprego mundial situa-se nos 12,6 por cento, o dobro da taxa global, atingindo quase 78 milhões de indivíduos, mas a organização admite que este valor está longe de reflectir a realidade.
Em 56 países, existiam no ano transacto menos 1,7 milhões de jovens à procura de trabalho, o que indica que entre este estrato da população muitos já nem sequer se preocupam em fazer parte das estatísticas dos activos à procura de ocupação.
A OIT nota igualmente que o rácio que mede a capacidade de gerar emprego desceu de 61,7 por cento em 2007 para 61,1 por cento em 2010, e que este indicador continuava a descer na imensa esmagadora maioria dos 64 países com dados disponíveis.
A situação é particularmente grave nos chamados países industrializados, nos quais vive metade dos 27,6 milhões de trabalhadores que perderam o emprego desde 2007.
Na UE e nas chamadas nações desenvolvidas (Canadá, EUA, Austrália, Nova Zelândia, Israel, Japão, Islândia, Noruega e Suíça), a taxa de desemprego cresceu para 8,8 por cento o ano passado.
Neste grupo de países, o desemprego subiu 55 por cento entre 2007 e 2010, isto apesar de neles viver menos de 15 por cento da população activa mundial. Só na indústria foram delapidados 9,5 milhões de postos de trabalho.
A OIT estima que em 2011 o desemprego mundial desça ligeiramente, mas prevê que, ainda assim, existam mais 15 milhões de desempregados nos países industrializados do que em 2007.
O estudo divulgado em Genebra garante também que, apesar da produtividade do trabalho ter aumentado, tal não se reflecte nos salários. De igual modo, a crise agravou a precariedade, subsistindo, em 2010, mais de 530 milhões de trabalhadores nesse regime de instabilidade.
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