O Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local acusa os Serviços Municipalizados (SMAS) de Loures de “represálias” ao não convocar funcionários para cumprir horas extraordinárias no sábado, como habitualmente. Os SMAS alegam que não sabiam “com quem contar”.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL), os trabalhadores da recolha dos resíduos sólidos estão “impedidos de pegar ao serviço” no fim de semana, por terem cumprido uma greve de cinco dias contra o corte do subsídio de deslocação.
“Ao sábado trabalha-se em regime de horas extraordinárias. Hoje há um turno às 23:00 e amanhã haveria um às 06:00, ao qual os trabalhadores vão comparecer, embora os SMAS tenham contratado já uma empresa para fazer o serviço”, disse à Lusa o dirigente sindical Vítor de Jesus.
Em comunicado, o sindicato “questiona como é possível que, num momento em que seria desejável um esforço para repor as condições normais de limpeza dos concelhos de Loures e Odivelas [abrangido também pelos SMAS], se levem a cabo medidas de vingança”.
A acusação é, no entanto, rejeitada por João Galhardas, administrador dos SMAS: “As horas extraordinárias são previamente autorizadas, temos de saber se os trabalhadores estão disponíveis. Como estavam de greve, não sabíamos com quem poderíamos contar.”
Assim sendo, admitiu, os serviços recorreram a uma empresa privada para fazer a recolha no sábado, como já aconteceu “noutras ocasiões em que não se pôde contar com os trabalhadores”.
João Galhardas sublinhou que o cumprimento de horas extraordinárias não acontece necessariamente todos os fins de semana.
A greve dos trabalhadores dos resíduos sólidos, que arrancou às 23:00 de segunda-feira e terminou hoje, às 20:00, provocou amontoados de lixo junto aos contentores de Loures e Odivelas.
Na quinta-feira, o STAL apresentou uma queixa policial por considerar que houve uma recolha “ilegal” do lixo nos dois concelhos.
A câmara de Odivelas, que não detém capital social nos SMAS de Loures, admitiu o recurso a uma empresa privada para minimizar os efeitos da paralisação, sobretudo junto às escolas, enquanto os SMAS disseram desconhecer qualquer iniciativa do género e rejeitaram responsabilidades.
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