À procura de textos e pretextos, e dos seus contextos.

07/01/2010

Na rica UE: Aumentam os pobres

A rica União Europeia (UE) tem cada vez mais pobres: 80 milhões vivem abaixo do limiar da pobreza, incluindo 19 milhões de crianças. A presidência espanhola debate a questão a 21 de Janeiro.

A conferência de alto nível promovida pela Comissão Europeia e pela presidência espanhola da UE, agendada para Madrid, anuncia ter como objectivo chamar a atenção para a população sem recursos. A iniciativa é o reconhecimento implícito do falhanço das políticas seguidas a nível comunitário, pois há dez anos os dirigentes europeus tinham prometido acabar com a pobreza em 2010. Na falta de resultados, a UE proclama o presente ano como sendo de «luta contra a pobreza e a exclusão social», afirmando pretender assim insistir «na importância da responsabilidade colectiva», «chamar à mobilização tanto dos políticos como do sector privado» e «dar a palavra aos que convivem no seu dia-a-dia com a exclusão».
De acordo com a Comissão Europeia (CE), em Bruxelas trabalha-se já afanosamente na organização de actividades visando sensibilizar os 27, tais como conferências, mesas redondas, campanhas nos meios de comunicação, exposições de arte e uma conferência de encerramento (certamente também de «alto nível») em Dezembro. E tudo isto porque a UE considera que a luta contra a pobreza e a exclusão social «não só deve ter o objectivo de garantir o bem-estar individual e a sua capacidade de desempenhar um papel na sociedade, mas também o de desempenhar um papel na economia colectiva».
No que respeita ao emprego, a iniciativa parece ficar-se pelo EURES, um portal de mobilidade europeu em que é possível procurar ou oferecer emprego em qualquer país comunitário.
As preocupações da Comissão não vão ao ponto de explicar como é que, sendo a UE uma das regiões mais ricas do mundo, cerca de 17 por cento dos europeus não têm recursos para prover as suas necessidades básicas. E isto sem contar que na «rica UE» só se considera «pobre» quem fica abaixo dos 60 por cento do salário médio do país em que vive.

http://www.avante.pt/noticia.asp?id=31973&area=8

Sem comentários:

Related Posts with Thumbnails