A Fenprof acusou hoje, quarta-feira, a ministra da Educação de falta de rigor, inexperiência e manipulação da opinião pública, após Isabel Alçada afirmar que é "tradição" avaliar os professores com Bom, na véspera da última ronda negocial.
A ministra da Educação anunciou hoje que 83 por cento dos professores foram avaliados com Bom no último ano lectivo e que esse facto se explica com "a tradição da atribuição desta nota aos docentes por parte de quem avalia".
"Estes dados também explicam a nossa intenção de distinguir os professores que obtenham Muito Bom e Excelente com uma progressão mais rápida" na carreira, destacou a ministra, que falava aos jornalistas em Castelo Branco, acrescentou ainda Isabel Alçada.
Para o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), as declarações da governante são, "no mínimo, de mau gosto", sobretudo "na véspera de uma ronda negocial tão importante", em que está em causa "a possibilidade ou não de encerrar um processo negocial com acordo".
"A senhora ministra da Educação peca aqui por falta de rigor e particularmente por inexperiência. Tem um discurso que procura introduzir alguma manipulação na opinião pública num momento decisivo da negociação com os sindicatos", afirmou Mário Nogueira, em declarações à agência Lusa.
O secretário-geral da Fenprof recordou que no anterior ano lectivo estava em vigor um modelo simplificado, no qual eram considerados na prática três itens: assiduidade, cumprimento do serviço distribuído e formação continua.
"A única coisa que se pode concluir desse número é que a esmagadora maioria dos professores são assíduos, cumprem o serviço distribuído e frequentam as acções de formação a que estão obrigados", disse o sindicalista, lembrando que não existiram apreciações subjectivas e que a componente científico-pedagógica e a avaliação em sala de aula não estavam em consideração.
Mário Nogueira lembrou ainda que foi com "acções deste tipo" que começaram "alguns dos piores mal entendidos com a anterior equipa" do Ministério da Educação.
Governo e sindicatos realizam quinta-feira aquela que deverá ser a última ronda negocial para a revisão do estatuto da carreira e da avaliação docente, depois de terem falhado um acordo na semana passada.
http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Nacional/Interior.aspx?content_id=1463276
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