CGTP diz que situação exige "revolta grande"

O secretário-geral da CGTP afirmou que há cada vez mais trabalhadores que se sentem ameaçados com despedimentos, quer pela simples "invocação da crise", como por chantagem directa pelo patrão. Carvalho da Silva disse que esta "é uma situação que precisa de uma afirmação de revolta grande dos trabalhadores".

A crise está a ser aproveitada de forma "demolidora" para despedir e criar uma "precariedade mais profunda", disse o secretário-geral da CGTP. Este responsável sindical afirmou durante o Plenário Nacional de Sindicatos que têm "aumentado os casos de chantagem" sobre os trabalhadores.

"Ainda ontem participei em plenários no norte de país onde me colocaram dois aspectos que são sentidos: o aumento de pressões (...) e a sensação de que as leis não têm eficácia. Nos mais diversos espaços da nossa vida as pessoas estão a sentir que existem leis, mas elas não são aplicadas", disse Carvalho da Silva.

As pressões que refere, explicou, passam por "coisas pequeninas" como invocar a crise ou recordar que determinada pessoa já foi despedida, mas também por situações mais nefastas. "Todos os dias é o patrão que chantageia. Se reivindicares isto vias para a rua, se reivindicares isto não te renovo o contrato".

Carvalho da Silva falou mesmo em "amedrontamento que contagia" e que a situação do sistema da Segurança Social não ajuda.

"O drama do país é se prosseguem estas políticas e se não há mobilização das pessoas. Se o medo aumenta e as pessoas não se disponibilizam a agir, porque não vai haver nenhum salvador para a situação em que estamos. Ou se consegue a mobilização da sociedade portuguesa, não apenas dos trabalhadores, ou continuaremos a ter um agravamento dos problemas do país".

O líder da CGTP afirmou que esta "é uma situação que precisa de uma afirmação de revolta grande dos trabalhadores".

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