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08/01/2010

Água mais cara na região de Lisboa

Os aumentos variam de concelho para concelho, mas na região de Lisboa, a EPAL vai obrigar a maioria dos municípios a subir o preço da água.

O presidente da Associação de Municípios para Estudos e Gestão da Água - AMEGA, que reúne 19 serviços municipalizados de água abastecidos pela EPAL (Alcanena, Alenquer, Amadora, Arruda dos Vinhos, Azambuja, Cascais, Constância, Entroncamento, Loures, Mafra, Odivelas, Oeiras, Sintra, Sobral de Monte Agraço, Tomar, Torres Novas, Torres Vedras, Vila Franca de Xira e Vila Nova da Barquinha), diz que a maioria dos concelhos que representa vão ter água mais cara este ano.

O presidente da AMEGA, Carlos Teixeira (também presidente da câmara de Loures), explica os aumentos devem ser de, pelo menos, 0,5%.

A inflação foi negativa e estes municipios, onde vive 1 milhão e 800 mil portugueses, propuseram manter dos preços.

A EPAL, no entanto, decidiu aumentar em 0,5% o preço da água que vende a estes serviços municipalizados. Com este aumento, diz Carlos Teixeira, a maioria das autarquias vai ter de aumentar o preço da água.

O responsável da AMEGA diz que no concelho de Lisboa, onde os clientes recebem a água directamente da EPAL, a proposta da empresa de capitais públicos é de aumentar os preços em 1,89%. Um crescimento que, segundo Carlos Teixeira, será, com quase toda a certeza, aprovado pela Direcção-Geral das Actividades Económicas.

A TSF contactou a EPAL, mas fonte da empresa não quis confirmar a proposta de aumento de preços para este ano: o processo de revisão tarifária ainda está em curso e os novos preços têm de ser aprovados pela Direcção-Geral de Actividades Económicas.

O presidente da câmara de Loures e da Associação de Municípios para Estudos e Gestão da Água acusa ainda a EPAL e Lisboa de estarem a subsidiar-se à custa dos concelhos de Cascais, Loures, Sintra, Odivelas e Vila Franca de Xira.

Em causa a diferença de preços pagos pelo consumidor final. Em Lisboa a água é vendida directamente aos clientes a 16 cêntimos por metro cúbico. Nos concelhos limítrofes os serviços municipalizados chegam a pagar 47 cêntimos pela água, que depois têm de revender às famílias a preços que ultrapassam os 50 cêntimos.

Carlos Teixeira afirma que é "inaceitável" esta diferença de preços, que apesar da evolução positiva contínua a ser demasiado grande. À volta do concelho de Lisboa os clientes pagam a água a preços que podem ser três vezes superiores ao valor pago por quem vive na capital.

A AMEGA pede ao governo que "promova" a descida e equilíbrio de preços, bem como a intervenção da Entidade Reguladora dos Serviços das Águas e Resíduos.

Quanto ao aumento dos preços da água noutros concelhos, a TSF contactou também a Águas do Porto, onde a evolução dos preços ainda não está definida. De Gaia, pelo contrário, chega a garantia de que os preços não vão subir. Em Sintra, o maior serviço municipalizado de água do país (também membro da AMEGA), que serve perto de 500 mil pessoas, a quota de serviço vai aumentar 55 cêntimos por mês.

Contactada pela TSF, fonte oficial da EPAL não quis comentar as críticas dos municípios, nem tão pouco confirmar a proposta de aumento de preços para este ano, limitando-se a dizer que o processo está em curso e que os novos preços têm ainda de ser aprovados pela direcção geral de actividades económicas.

Nuno Guedes

http://tsf.sapo.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=1464856

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