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07/01/2010

"Demolidor" aproveitamento da crise agrava o desemprego, diz CGTP

O secretário-geral da CGTP, Carvalho da Silva, denunciou hoje, quinta-feira, o aumento de pressões sobre os trabalhadores que se sentem ameaçados com possíveis despedimentos, defendendo que a actual situação exige uma "revolta grande".
Durante o Plenário Nacional de Sindicatos, Carvalho da Silva falou num "demolidor" aproveitamento da crise que tem agravado o desemprego, provocado uma "precariedade mais profunda" e "aumentado os casos de chantagem" sobre os trabalhadores.
"Ainda ontem participei em plenários no norte de país onde me colocaram dois aspectos que são sentidos: o aumento de pressões (...) e a sensação de que as leis não têm eficácia. Nos mais diversos espaços da nossa vida as pessoas estão a sentir que existem leis, mas elas não são aplicadas", disse Carvalho da Silva, em declarações aos jornalistas à margem do plenário.
De acordo com aquele responsável, as pressões passam muitas vezes por "coisas pequeninas" como a simples invocação da crise, dos problemas nacionais e globais: "Chega-se ao local de trabalho e há estas observações: olha que aquele já foi para o desemprego, olha que aquele já foi despedido".
Mas existem, acrescenta, denúncias mais gravosas: "Todos os dias é o patrão que chantageia. Se reivindicares isto vais para a rua, se reivindicares isto não te renovo o contrato".
A situação do sistema da segurança social e a "instabilidade contínua provocada pelo desemprego" são outras das situações que causam "um amedrontamento que contagia".
Lembrando que "não existe nenhum salvador", Carvalho da Silva defendeu que os trabalhadores têm de continuar a lutar contra a precariedade e os salários baixos.
"O drama do país é se prosseguem estas políticas e se não há mobilização das pessoas. Se o medo aumenta e as pessoas não se disponibilizam a agir, porque não vai haver nenhum salvador para a situação em que estamos. Ou se consegue a mobilização da sociedade portuguesa, não apenas dos trabalhadores, ou continuaremos a ter um agravamento dos problemas do país".
O sindicalista incitou os cerca de 600 representantes presentes no plenário a reagir: "É uma situação que precisa de uma afirmação de revolta grande dos trabalhadores".
Para a CGTP é preciso lutar por um aumento dos salários dos portugueses e estar atento às promessas já conseguidas para 2011: "Não podemos estar desatentos nem um minuto. Os 500 euros em 1 de Janeiro de 2011 têm que ser garantidos", lembrou.
"Apesar das dificuldades, vamos todos agindo para que seja um bom ano", disse ainda Carvalho da Silva.


http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Nacional/Interior.aspx?content_id=1464283

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