A taxa de desemprego em Portugal, divulgada hoje pelo EUROSTAT, é a mais elevada desde que este organismo disponibiliza esta informação, ou seja, desde 1 de Janeiro de 1983.
Por outro lado verifica-se que o desemprego em Portugal (10,3%) ultrapassa a média da União Europeia (9,5%) o que por si só é um sinal profundamente negativo e demonstrador da insuficiência e ineficácia das medidas anunciadas pelo Governo para combater este, que é um dos maiores problemas da sociedade portuguesa.
A precariedade continua a ser uma das responsáveis pelo aumento do desemprego, originando que neste momento, em Portugal, um cada cinco jovens até 25 anos esteja desempregado. Tal facto confirma que o modelo de desenvolvimento assente na precariedade, trabalho desqualificado e mal remunerado precisa de ser abandonado, sob pena de levar ao agravamento das desigualdades e injustiças sociais.
As mulheres, para além das descriminações de que continuam a ser alvo no mercado de trabalho, são uma vez mais atingidas pelo desemprego, sendo Portugal o quarto país com maior taxa de desemprego (11%) da União Europeia (9,2%).
Estes dados confirmam que o desemprego continua a aumentar, apesar da limpeza de ficheiros feita todos os meses pelo IEFP com o objectivo de esconder a verdadeira dimensão deste flagelo em Portugal e desmentem as teses do Governo de que o mesmo havia entrado numa fase de estagnação.
Mais uma vez Portugal está acima da média da União Europeia pelos piores motivos.
É tempo do Governo falar menos e agir mais. É hora do Governo se preocupar mais com os trabalhadores afectados pelo desemprego e menos com os interesses dos grandes grupos económicos e financeiros que continuam a acumular lucros fabulosos, apesar dos problemas económicos e sociais que afectam cada vez mais famílias em Portugal.
Para a CGTP-IN é fundamental a implementação de uma outra política que assegure e reforce a protecção social aos desempregados, num momento em que mais de 300 mil não tem subsídio de desemprego.
O país precisa de medidas que garantam a manutenção e criação de emprego com direitos, justamente remunerado, enquanto elemento determinante para o seu desenvolvimento económico e social.
O país precisa que se valorize a produção nacional, através da sua diversificação e na aposta de um filão produtivo de alto valor acrescentado, que tenha em conta as necessidades nacionais e o mercado interno e, em complemento, aposte em bens transaccionáveis, por forma a combater défices da nossa economia e promover a sua sustentabilidade.
Os dados hoje revelados evidenciam a urgência de uma política que combata o desemprego e a precariedade e ponha a economia ao serviço dos trabalhadores, da população e do país!
CGTP-IN - 08.01.2010
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