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13/04/2009

Mineiros da Panasqueira marcam dois dias de greve para reivindicar aumentos salariais

Os mineiros da Panasqueira aprovaram hoje a realização de greves em 29 e 30 de Abril para exigirem aumentos salariais.

A proprietária das minas, a Beralt, apontou como prioridade a manutenção dos 330 postos de trabalho e admitiu valorizar os prémios de produção, em vez de aumentar salários, "para que a empresa não tenha prejuízo", segundo a administração.

A greve foi apoiada por cerca de 100 trabalhadores no plenário da manhã, sendo que "idêntica posição é esperada no segundo plenário, marcado para as 15h00", referiu à agência Lusa, José Maria Isidoro, delegado sindical.

O sindicato acusou na quarta-feira a Beralt de recuar nas negociações salariais para este ano.

"A empresa deu o dito pelo não dito e retirou a proposta de 2,2 por cento de aumento salarial" e pretende também "alterar o modelo do prémio de produção" elevando o objectivo de 120 para 140 toneladas por mês, referiu José Maria Isidoro.

Como cada tonelada vale cinco euros, "os trabalhadores podem perder 100 euros" por mês, acrescentou.

Segundo o sindicalista, o recuo nas negociações "é incompreensível", uma vez que "as Minas da Panasqueira estão a viver uma situação económica e financeira bastante saudável".

António Correa de Sá, administrador da Beralt, em declarações à agência Lusa, desmentiu hoje o cenário de situação económica saudável, afirmando que "o nosso principal cliente, a multinacional Osram, entrou em 'lay-off' e só trabalha três semanas por mês. E o principal consumidor de volfrâmio é o sector automóvel", em que há uma diminuição de procura.

Público - 13.04.09

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