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22/03/2009

Número de pessoas que pede apoio à Cáritas está a crescer

O número de pessoas que pede apoio à Cáritas Portuguesa "está a crescer", procurando sobretudo alimentação, o pagamento de rendas de casa em atraso e de facturas de electricidade, disse hoje o presidente da instituição, Eugénio Fonseca.

O responsável adiantou à agência Lusa que tem a "percepção", pelos testemunhos que têm chegado à instituição, que o número de pedidos de ajuda por pessoas afectadas pela crise económica "está a crescer".

Eugénio Fonseca, falava à Lusa à margem do Conselho Geral da Cáritas Portuguesa, que decorre este fim-de-semana em Vila Viçosa, Évora, com a crise financeira e económica e a acção a desenvolver pela instituição como temas centrais de debate.

"O nosso envolvimento vai ter que ser, para além destes apoios, ajudar as pessoas nos programas que estão definidos para a criação de emprego", acrescentou Eugénio Fonseca.

Esta acção é necessária, segundo o responsável, "para que as pessoas superem as causas que estão a originar os seus problemas".

De acordo com o presidente da Cáritas Portuguesa, o que a instituição pretende, juntamente com outros parceiros e com o Governo, é "criar dinamismos" para apoiar as pessoas afectadas pela crise económica.

O Arcebispo de Évora, D.José Sanches Alves, disse também à Lusa que está a notar-se um aumento do número de pessoas que pede ajuda, em todos os organismos da Cáritas e de outros de acção social da Igreja Católica, como os centros sociais paroquiais.

D.José Sanches Alves, que é também vogal da Comissão Episcopal da Pastoral Social, acrescentou que "hoje há muita gente" afectada pela crise económica, que "com alguma vergonha e alguma timidez" não encontra outra alternativa senão a de recorrer às instituições de acção social da Igreja Católica para pedir alimentos para a família. "A Cáritas pretende também ajudar as pessoas a encontrar soluções para os seus problemas, incentivando o auto-emprego, o micro crédito e outras iniciativas que podem ajudar as pessoas a encontrar soluções e formas de viver por si próprias", realçou.

O Arcebispo de Évora referiu ainda que as instituições de acção social da Igreja Católica têm "grandes preocupações" na área da formação. "Os operadores, as pessoas que trabalham nestas instituições têm de ser pessoas credenciadas a nível técnico e humano, de forma a que fazendo o bem o façam bem feito", salientou.

A Cáritas Portuguesa é uma instituição oficial da Conferência Episcopal, destinada à promoção e dinamização da acção social da Igreja Católica, procurando ajudar os que são "atingidos por qualquer forma de exclusão ou emergência, sem olhar a crenças, culturas, etnias ou origem".
RTP - 21-03.09

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