Um grupo de estudantes ocupou ao início da manhã de hoje parte do edifício da Faculdade de Ciências da Educação da Universidade Autónoma de Barcelona (UAB), em protesto contra o Processo de Bolonha.
Com a acção da manhã de hoje sobem para três as faculdades ocupadas por estudantes nas últimas horas depois de acções idênticas, ao final da noite de terça-feira, nas Faculdades de Geografia e História e de Direito da Universidade de Barcelona.
Os alunos da Universidade Autónoma de Barcelona (UAB) planeiam ficar encerrados no edifício - que esteve ocupado já durante duas semanas por protestos idênticos em Dezembro - até que sejam ouvidos pela reitoria.
Em comunicado, exigem um diálogo com os estudantes e que se declarem legítimos os resultados de referendos realizados aos alunos, respeitando assim a sua decisão de congelar a aplicação do Processo de Bolonha.
As ocupações na Universidade de Barcelona, por seu lado, foram realizadas depois de um encontro com mais de 200 estudantes, que acordaram ainda iniciar uma greve de três dias, que se prolongará até sexta-feira.
As acções das últimas horas surgem uma semana depois de a polícia ter desalojado a reitoria da Universidade de Barcelona, que esteve ocupada pelos alunos durante quatro meses, também em protesto contra o Processo de Bolonha.
Essas acções policiais acabaram numa batalha campal entre estudantes e polícias que causou dezenas de feridos, entre eles fotojornalistas que denunciam excessivo uso de força pelas autoridades.
A polícia regional defendeu já a acção dos agentes considerando que actuaram segundo as normas.
A Declaração de Bolonha, que resultou do denominado Processo de Bolonha, foi assinada pelos ministros da Educação de 29 países europeus, em Junho de 1999.
O texto representa uma mudança significativa nas políticas do ensino superior dos países envolvidos, procurando estabelecer uma Área Europeia de Ensino Superior a partir de reformas nacionais dos vários sistemas de ensino.
O Processo de Bolonha, que pretende avançar na unificação do sistema universitário europeu, tem sido alvo de protestos sucessivos em Espanha, com os alunos a considerar que representa um aumento das propinas e o "mercantilismo" do sistema educativo.
SIC Notícias - 25.03.09
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