"O objectivo é que nos ouçam e compreendam", defende João Pedro Carmo, ex-concorrente do programa televisivo Uma Canção Para Ti e um dos cerca de 100 manifestantes do ensino secundário que ontem se reuniram em frente ao Ministério da Educação (ME), em Lisboa. Um pouco por todo o País, os estudantes manifestaram-se contra o Estatuto do Aluno e o modelo de gestão das escolas (ver caixa), assinalando assim o Dia Nacional do Estudante.
João Pedro Carmo, 14 anos, revela ao DN que está a ser afectado pelo sistema de faltas. "Faltei justificadamente por causa do programa e este sistema está a prejudicar-me". Por isso, o jovem diz: "Venho lutar pelos meus direitos".
Mais de uma hora depois do previsto, os manifestantes chegaram à porta do ME gritando palavras de ordem contra a ministra Maria de Lurdes Rodrigues. "É má, é má, é má e continua /A malta de Lisboa quer a ministra na rua!", repetiam os alunos de escolas locais.
Os estudantes justificaram o atraso no protesto, que devia ter começado às 10.00, com o facto de terem sido impedidos de utilizar o Metro entre o Cais de Sodré e o Marquês de Pombal. O percurso acabou assim por ser feito a pé. A administração do Metro garantiu, através de Margarida Guimarães do departamento de imagem, ao DN que "os alunos estavam a causar distúrbios na estação e os próprios funcionários viram-se obrigados a chamar a PSP para acalmar os ânimos".
Já em frente ao ME, o líder da Plataforma Estudantil AGE!, Luís Baptista, lembra que "estamos aqui para mostrar que continuamos a lutar contra o regime de faltas, o modelo de directores nas escolas e a falta de meios humanos e materiais". Luís Baptista admitiu que o número de manifestantes era inferior ao esperado, "uma consequência do regime de faltas".
Quem durante meia hora passou pela Avenida 5 de Outubro ouviu as reclamações e pedidos de demissão de Maria de Lurdes Rodrigues. Houve quem apitasse em sinal de apoio e também quem criticasse. Como um sexagenário que enquanto e fez questão de gritar: "Bando de inúteis".
Em Coimbra, ouviu-se o protesto de 26 alunos do secundário, vigiados por cinco polícias, em frente à câmara. Os jovens, de várias escolas da cidade, rumaram até ao Governo Civil, para entregar um abaixo-assinado com 200 assinaturas contra o actual sistema de ensino. De megafone, gritavam, entre outras frases ensaiadas: "O preço dos livros aumenta/ estudante não aguenta".
D.N. - 25-03.09
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