O fim de contratos a prazo e os despedimentos colectivos estão a deixar no desemprego dezenas de milhares de pessoas.
Só nos dois primeiros meses desde ano, 131 mil acorreram a inscrever-se, 60 mil dos quais em Fevereiro.
Desde Setembro, quando a crise económica começou a atingir Portugal, o desemprego tem subido a cada mês que passa. Nos últimos cinco meses, 371 mil pessoas declaram-se desempregadas junto do Instituto do Emprego e da Formação Profissional (IEFP). Como todos os meses há pessoas a entrar e a sair da lista, no final de Fevereiro estavam inscritos um total de 469 mil desempregados, sobretudo no Norte e em Lisboa.
Reflexo da crise, do aumento das falências e da redução da actividade das empresas, o desemprego tem sido acompanhado pela redução das ofertas de trabalho entregues ao IEFP e, em consequência, da quantidade de pessoas a quem os centros de emprego encontram trabalho.
Também a qualidade deste trabalho se tem deteriorado. Em Fevereiro, mais de metade das pessoas colocadas foram-no em empregos não qualificados (seja dos serviços e do comércio ou da construção e da indústria) ou como operários ou pessoal de protecção e segurança. Curiosamente, em Fevereiro, foi também destas profissões que veio um número significativo de desempregados, o que demonstra a precariedade que se vive nestas áreas de actividade. O fim de empregos precários é, aliás, e de longe, a principal razão pela qual as pessoas se inscrevem nos centros de emprego.
Já a área da educação se destaca pelo facto de ter menos desemprego agora do que há um ano. Entre os professores do ensino secundário e superior, a quebra foi de quase 40%, comparando com Fevereiro do ano passado. Mas em termos mais gerais, e olhando para os últimos 12 meses, vê-se que o Estado tem, também, revelado ser empregador, tal como a área da saúde e acção social e a indústria do calçado.
Fevereiro trouxe más notícias para o Algarve, região onde o número de inscritos disparou 40%, comparando com Fevereiro do ano passado. Ainda assim, o Sul do país conta com um número de desempregados muito mais baixo do que o resto das regiões do Continente.
No Norte, onde vive mais gente, havia no mês passado um total de 202 mil inscritos como desempregados. Só em Fevereiro, deslocaram-se aos centros de emprego mais de 21 mil pessoas, muito mais do que as meras cinco mil ofertas de emprego lá registadas.
J.N. - 24.03.09
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