O director-geral da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Juan Somavia, afirmou esta terça-feira em Lisboa que já existia uma crise antes da actual crise económica e financeira. Segundo o responsável, a organização já tinha alertado para esta situação há quatro anos atrás.
O director-geral da OIT, Juan Somavia, iniciou a intervenção de abertura da 8ª Reunião Regional Europeia da OIT lembrando que esta organização das Nações Unidas já tinha alertado para a situação há quatro anos.
«Em Budapeste nós também lançámos o alerta», disse Juan Somavia, referindo se à última reunião regional europeia da OIT.
«A globalização estava a encaminhar-se para um vazio ético, tornando-se moralmente inaceitável e politicamente insustentável», acrescentou.
Juan Somavia salientou ainda que «o crescimento económico não criou trabalho digno suficiente e as desigualdades entre países mantiveram-se» e afirmou que o papel dos mercados foi sobrevalorizado em detrimento do papel dos Estados e da dignidade do trabalho.
O director-geral da OIT salientou também que a crise mostrou a existência de um «vazio político» que levou a que algumas das principais ideias que dominaram nos últimos 30 anos deixassem de funcionar».
Durante o seu discurso de abertura do encontro, Somavia disse ainda que a OIT considera imprevisível as consequências da crise para o emprego caso não se tomem as medidas adequadas.
Em 2009, o desemprego deverá afectar mais 50 milhões de pessoas, 8 milhões dos quais nos 51 países da região europeia que participam nesta conferência.
TSF - 10.02.09
À procura de textos e pretextos, e dos seus contextos.
Sem comentários:
Enviar um comentário