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11/02/2009

Estudo britânico revela baixos níveis de confiança na imprensa

Apenas sete por cento dos britânicos acredita que os jornais nacionais do Reino Unido se comportam de forma responsável – um valor inferior ao dos bancos –, revela o estudo “A More Accountable Press”, que resulta de um inquérito do Media Standards Trust a mais de duas mil pessoas.
Enquanto a confiança nos jornais de referência baixou de 65 por cento em 2003 para 43 por cento em 2008, a dos chamados títulos populares passou de 36 por cento para 18 por cento, e três em cada quatro inquiridos acredita que os jornais, em geral, publicaram histórias apesar de saberem que as mesmas eram falsas.

Como resume a equipa responsável pelo estudo: “os padrões de rigor e responsabilidade estão a cair mais depressa do que nunca numa atmosfera financeira cada vez mais desesperada, e com eles o respeito do público e do governo” pelo jornalismo que se faz.

Outro dado a reter deste estudo é que 70 por cento das pessoas pensa que o governo deveria intervir para impedir intromissões na vida privada e obrigar os jornais a corrigir imprecisões, considerando o relatório que o sistema de auto-regulação dos jornais, a Press Complaints Comission (PCC), funciona de forma “inadequada” e “contribuiu para um declínio da confiança pública na imprensa”.

Adepto do conceito de auto-regulação da imprensa, o Sindicato Nacional de Jornalistas das Ilhas Britânicas (NUJ) considera porém que “o modelo actual não está a altura das exigências”, apelando a um maior escrutínio público do modo de funcionamento da PCC.

Sobre as restantes conclusões e dados do relatório, o sindicato britânico defende que parte da culpa pela falta de confiança na imprensa deve ser atribuída aos cortes nas redacções, “motivados pela procura de grandes lucros” e que originaram “maior pressão” sobre cada profissional e “um nível crescente de imprecisões”.

“Os nossos membros estão frustrados por não terem o tempo necessário para fazer o seu trabalho. Orgulham-se da profissão que têm e por isso dói-lhes quando cortes determinados pela administração prejudicam o trabalho que fazem”, afirmou o secretário-geral do NUJ, Jeremy Dear, frisando que há anos que o sindicato alerta para estes impactos negativos dos cortes nas redacções.
jornalistas.online - 10.02.09

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