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12/02/2009

Citroen - 11 000 despedimentos

A Peugeot-Citroën anunciou que vai suprimir 11 mil postos de trabalho na Europa, com recurso a rescisões amigáveis. Em França, o grupo está impedido de despedir e de fechar fábricas, ao abrigo do plano de apoios para o sector. A fábrica de Mangualde recebeu a notícia com "surpresa" O construtor francês PSA Peugeot Citroën anunciou ontem que vai suprimir, com recurso a rescisões amigáveis, 11 mil postos de trabalho na Europa até 2010, um mercado onde se concentra a maioria dos efectivos do grupo. A notícia apanhou de "surpresa" os trabalhadores da fábrica da PSA em Mangualde, uma vez que está em curso o despedimento de cerca de 460 pessoas. Fonte da comissão de trabalhadores da fábrica disse ao DN, que a PSA de Mangualde "já não pode recorrer às rescisões amigáveis, por ter esgotado a quota para os próximos três anos".

A legislação determina a perda do subsídio de desemprego quando empresas com mais de 250 trabalhadores realizam, num espaço de três anos, rescisões amigáveis com mais de 80 trabalhadores. A mesma fonte confessa que "nem quer pensar num despedimento colectivo".

Do total dos 460 trabalhadores dispensados, 80 saíram com recurso a rescisões amigáveis e faziam parte dos quadros da empresa, enquanto os restantes tinham contratos a prazo. A saída dos 460 trabalhadores fica concluída entre finais de Março e início de Abril. Actualmente a unidade tem no seu quadro mil trabalhadores. O DN procurou obter uma reacção da direcção da fábrica ao impacto que o plano apresentado ontem de manhã em Paris, por Christian Streiff, presidente da PSA, vai ter na actividade em Mangualde, mas até ao fecho desta edição não foi possível obter uma resposta.

Christian Streiff salientou que a PSA não vai recorrer a despedimentos forçados, nem vai encerrar fábricas em França em 2009. Esta foi uma condição imposta pelo presidente francês, Nicolas Sarkozy, no plano de ajudas directas ao sector automóvel no valor de 6,5 mil milhões de euros, dos quais três mil milhões cabem à PSA. Só em França, a empresa prevê a saída voluntária de sete mil trabalhadores. A PSA empregava 207 850 pessoas em finais de 2007, dos quais 113 710 em França.

A Peugeot-Citroen já havia anunciado em Dezembro, um plano de saídas voluntárias para 3 550 trabalhadores, afectando 1 215 pessoas em França entre 2010 e 2011.

Na conferência de imprensa de ontem, Streiff antecipou um primeiro semestre de 2009 "particularmente difícil", prevendo uma quebra nas vendas automóveis da ordem dos 20% no mercado europeu. A estabilização do mercado só deverá ocorrer em 2010, considerou.

Numa perspectiva de recessão, o grupo francês anunciou que vai concentrar os seus esforços não só na redução de stocks, mas também na utilização de tesouraria.
D. N. - Leonor Matias - 12.02.09

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