O secretário-geral da CGTP desvaloriza a intervenção do Presidente da República no processo de negociações de ajuda externa afirmando mesmo que Cavaco será "parte do problema".
Questionado à entrada do XVII Congresso do PS, em Matosinhos, sobre qual deverá ser a intervenção do Presidente da República para a solução da situação financeira do País, Carvalho da Silva diz que "o Presidente da República não será infelizmente parte da solução do futuro do país, será parte do problema, como tem sido até aqui".
Carvalho da Silva, que preside à delegação da CGTP convidada para o encerramento do congresso socialista, afirmou não ter dúvidas sobre a situação do País, que se prende com "uma burguesia instalada que se foi apoderando da riqueza que é de todos".
"Abandonámos um projeto de desenvolvimento próprio, abandonámos relações com países que devíamos ter desenvolvido e há um sistema de agiotagem no plano mundial que aprisiona os países e Portugal também está a ser vítima desse sistema porque somos o País mais frágil da União Europeia", disse.
O sindicalista não quer falar sobre as soluções para o País, mas diz saber o que é que não se pode fazer: "Não se pode continuar a reduzir as prestações sociais, é preciso repor o valor de algumas pensões mais baixas, não se pode retirar o abono de família às pessoas, não se pode retirar proteção na saúde, baixar o salário mínimo, é preciso é distribuir a riqueza com mais justiça, precisamos de crescimento económico, precisamos que esse crescimento seja distribuído".
A mobilização dos portugueses neste período difícil da vida nacional deve ser incentivada, defende Carvalho da Silva sublinhando que: "não estamos perante uma situação de excesso de protesto social, pelo contrário, estamos em situação de necessidade de mais mobilização da sociedade portuguesa".
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