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23/09/2010

Por salários, direitos e a autonomia do poder local - Forte greve nas autarquias

A greve nacional dos trabalhadores da Administração Local registou, segunda-feira, uma adesão de 70 por cento, superando as expectativas do STAL/CGTP-IN, que a convocou. Foi «um aviso sério ao Governo de José Sócrates».

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Por uma valorização salarial digna, pelos direitos adquiridos e contra as ingerências do Governo PS na autonomia do poder local, a greve dos trabalhadores da Administração Local paralisou serviços de limpeza urbana, estabelecimentos de ensino e empresas municipais, bibliotecas, serviços administrativos e técnicos, por todo o País.

Saudando o forte envolvimento nesta luta de trabalhadores das autarquias, polícias municipais, bombeiros profissionais, trabalhadores das associações humanitárias de bombeiros voluntários, das creches, dos jardins de infância e das escolas sob gestão municipal, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local congratulou-se com a expressiva participação de trabalhadores «em distritos onde, em regra, as adesões são mais fracas, particularmente no interior».

Lembrando que, com esta greve, os trabalhadores pretenderam «combater os ataques do Governo aos salários e aos direitos», e condenar as «ingerências governativas na autonomia do poder local» que têm «condicionado decisões camarárias favoráveis aos trabalhadores», respeitantes à progressão nas carreiras e à contratação colectiva, o STAL reclamou a regularização dos contratados a prazo; uma regulamentação das carreiras dos bombeiros sapadores e municipais; um regulamento de condições mínimas para os trabalhadores das associações humanitárias de bombeiros voluntários, e «o fim do bloqueio sistemático à contratação colectiva nas empresas multi-municipais, particularmente no sector da água e do ambiente, através do Grupo Águas de Portugal».

Tendo avisado que esta luta «vai continuar» nas manifestações de dia 29, em Lisboa e no Porto, promovidas pela CGTP-IN, o sindicato revelou estar a organizar, para a manhã dessa quarta-feira, concentrações e piquetes, em diversas autarquias.

Lixo por recolher

Ao início da manhã do dia de luta, o STAL revelou que os efeitos da greve fizeram-se sentir fortemente «durante a noite, com a paralisação quase total da generalidade do serviços de limpeza urbana», de Norte a Sul, designadamente na recolha de lixo. Foram disso exemplos as adesões, a cem por cento, nos serviços municipalizados de Castelo Branco e Loures e nas Câmaras Municipais do Crato, Gavião, Alcochete, Barreiro, Moita, Seixal, Amadora e, no turno nocturno, em Coimbra.

Em algumas autarquias, os trabalhadores realizaram concentrações de protesto diante das câmaras, como sucedeu na Nazaré, Castelo Branco e em Évora.

Muito significativas foram as adesões nos serviços municipalizados da Guarda (95 por cento), na HPEM de Sintra (75 por cento), nas Câmaras de Almada (70 por cento) e de Setúbal (63 por cento).

Nos transportes urbanos, o STAL felicitou a adesão total dos trabalhadores da Moveaveiro, de 95 por cento dos funcionários dos SMTUC, em Coimbra, e de 50 por cento, nos Transportes Urbanos de Braga.

O sindicato também destacou as elevadas adesões dos operários e dos trabalhadores de jardins das autarquias de Gouveia (75 por cento), Sabugal (62 por cento), Crato (90 por cento), Gavião (80 por cento), Ponte de Sor (70 por cento), Amadora (70 por cento na serralharia) e Ílhavo (60 por cento).

Forte participação teve a luta também na Polícia Municipal que, em Aveiro, parou a cem por cento.

http://www.avante.pt/pt/1921/trabalhadores/110567/

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