Mais de 500 funcionários do Fisco já pediram a reforma e devem agravar uma situação já considerada "dramática" pelo Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos, que afirma que os trabalhadores "sentem-se completamente abandonados pelo Governo".
Actualmente, "a situação é dramática e pode pôr em causa o cumprimento de metas. Até ao final do ano, mais de 500 funcionários da DGCI [Direcção Geral das Contribuições e Impostos] vão-se aposentar, isto é, que já entregaram a sua aposentação mas que ainda não viram no Diário da República o seu nome", afirmou o responsável do STI, Marcelo Castro.
O sindicalista apontou que neste altura a administração fiscal conta com cerca de 10.500 funcionários, que com estas saídas passaram a ser 10 mil, o que, segundo as contas deste responsável, aponta para uma perda de um terço do número de funcionários em dez anos.
"Neste momento temos 10.500 funcionários ou seja vamos passar a ser 10.000. Se pensarmos que há dez anos éramos perto de 15.000, nós estamos a ver toda a evolução que foi feita", afirmou Marcelo Castro, à margem da reunião do 45.º congresso dos sindicatos do fisco da União Europeia, que decorre esta semana em Lisboa.
O sindicalista explicou que existe um estudo interno da DGCI que aponta que o número de funcionários da administração fiscal necessários ronda os 12 mil, algo que Marcelo Castro diz estar longe da realidade e que "se reflecte gravemente na capacidade da luta contra a fraude e evasão fiscal".
Além da falta de pessoal, os trabalhadores do Fisco "sentem-se completamente abandonados" pelo Governo, por continuarem à espera do reatar das negociações sobre a revisão das carreiras desde o ano passado.
"Este Governo desde Setembro do ano passado, ou seja há um ano, que anda a prometer reatar as negociações para as novas carreiras. Foi feita uma reforma na Administração Pública e os trabalhadores dos impostos desesperam há mais de 365 dias para que seja feito o reinicio para as negociações das carreiras e neste momento sentem-se abandonados e a pensar que afinal este Governo não governa, só faz a gestão do dia-a-dia", afirma Marcelo Castro.
O sindicalista explica que a justificação dada aos trabalhadores foi sucessivamente as eleições, o orçamento rectificativo, o orçamento, o PEC I, o PEC II, mas defende que com esta revisão, "financeiramente não está em causa um cêntimo", mas sim condições de trabalho e existência.
"Financeiramente não está em causa um cêntimo, a nossa luta não é por dinheiro, é por condições de trabalho, pela existência da carreira", diz.
http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=1669571
Sem comentários:
Enviar um comentário