Um terço das pessoas sem trabalho não tem apoios, mais 6,3% que em Julho.
O número de desempregados que não recebem subsídio não pára de aumentar. Em Agosto, eram já 208 mil, mais 12 mil (6,3%) que no mês anterior. Ou seja, mais de um terço (38%) dos desempregados não tem direito a qualquer apoio.
A explicação está no agravamento do desemprego de longa duração (muitos desempregados perdem o direito à prestação antes de conseguirem um trabalho), na crescente precariedade do emprego e também nas regras mais apertadas na atribuição de prestações sociais impostas pelo Governo, obrigado a cortar despesa para cumprir a meta do défice.
No mês passado, a Segurança Social apenas deferiu 11 903 requerimentos de subsídio de desemprego, menos 500 que no mês anterior, e o valor mais baixo desde Agosto de 2008. No mesmo mês, o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) registava mais 50 mil desempregados, num total de 549 654.
A ministra do Trabalho reconhece que o desemprego "não vai inverter-se nos tempos mais próximos". Mas Helena André defende que "o principal problema social" do País não se combate com "o aumento dos subsídios ou o seu prolongamento". Num quadro de contenção orçamental, "ultrapassar esta crise implica responsabilidade e rigor", concluiu a ministra, esta semana, no Parlamento.
Ao todo, em Agosto, quando começaram a funcionar as novas regras para as prestações sociais, o número de beneficiários do subsídio de desemprego recuou para 340 902, quase menos 11 mil (-3%) que no mês anterior.
A maior fatia das prestações vai para a Região Norte, com mais de 126 mil beneficiários, contra 104 mil em Lisboa e Vale do Tejo. Só no Porto há 77 440 pessoas que vivem do subsídio de desemprego, enquanto em Lisboa há 64 552. Braga é a terceira cidade com maior número de beneficiários - 35 576.
Em média, cada beneficiário recebeu, no último mês, 472,91 euros, um pouco mais que os 462,57 processados pela Segurança Social em Agosto de 2009.
Um dado curioso: enquanto nas mulheres a atribuição do subsídio de desemprego se divide quase equitativamente pelos vários escalões etários entre os 30 e os 59 anos, nos homens a maior fatia da atribuição desta prestação centra-se na faixa dos 50 aos 59 anos.
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