A intenção inicial de Ana Brito era apelar à participação dos trabalhadores, do call center do BES, na manifestação da CGTP convocada para hoje no Marquês de Pombal, em Lisboa. A coordenadora da direcção distrital da capital da InterJovem conseguiu fazê-lo durante 20 minutos. Depois chegou a polícia.
Se a jornada de manifestações, paralisações e greves começa hoje, a luta já se faz há muitos dias. A começar pela definição do seu lema, que esta vez proporá "mais e melhor emprego, o aumento dos salários e melhores serviços públicos". Depois, para montar as duas manifestações previstas para Lisboa e Porto, foram necessárias muitas horas de reuniões que tiveram a participação de milhares de sindicalistas, que se desdobraram em acções de propaganda, plenários e recolhas de assinaturas.
O caso de Ana Brito é apenas mais exemplo. Ontem à tarde, à porta das instalações do BES no Parque das Nações onde se encontrava a distribuir folhetos, foi abordada pelo segurança do banco assim que entrou no estacionamento. O segurança queria-a fora da via de acesso, para trás das cancelas, em plena rua. A sindicalista fez finca-pé: "Já aqui estive a distribuir outras vezes e não tive problemas", insistia.
O impasse manteve-se após a chegada da PSP. Enquanto defendia "a liberdade" de exercer a sua "actividade sindical" perante os agentes Pedro Sousa e Gonçalo Simões, Ana Brito ficou impedida de distribuir os folhetos aos trabalhadores do call center. "Agradecia-lhe que não distribuísse os papéis à minha frente enquanto não resolvemos isto", pedia-lhe o agente Pedro Sousa.
Os folhetos que lhe ficaram nas mãos faziam parte de um lote de cerca de 15 mil impressos pela InterJovem, os quais se deviam somar aos 80 mil da CGTP e aos 10 mil da InterReformados. Eram uma das faces visíveis de um processo que arrancou em Julho passado, mês em que a CGTP decidiu avançar com a jornada.
Com a ajuda do material impresso, o secretário-geral da CGTP, Carvalho da Silva, antecipava que a confederação estava à espera da participação de "dezenas de milhares de trabalhadores" nas concentrações de Lisboa e Porto.
De Julho para cá foram "centenas de" reuniões e plenários marcadas para a "mobilização e discussão" com os trabalhadores. Incluindo quatro com a polícia e governo civil, segundo Célia Portela, da União de Sindicatos de Lisboa, organização responsável pela manifestação.
Ao mesmo tempo seguia a inscrição para os cerca de 180 autocarros disponibilizados pela confederação, que deverão transportar cerca de um terço dos manifestantes. Os restantes "dois terços" chegarão à manifestação pelos transportes públicos ou por meios individuais. Na mesma altura foram gravadas as palavras de ordem que começaram a ser debitadas pelos 20 carros de som que durante esta semana circularam nas ruas de Lisboa apelando ao protesto.
Entretanto, foram seguindo para as empresas os pré-avisos de greve. O que, na expectativa da CGTP, não terá grandes resultados, uma vez que as paragens laborais serão residuais, garante o dirigente Arménio Carlos. "O objectivo desta vez não é levar a uma paralisação geral. As greves servirão mais para permitir aos trabalhadores a deslocação aos locais da manifestação", explica.
A parte significativa das paralisações será de quatro horas. "Para os trabalhadores de Lisboa é o suficiente. Mas para os que vêm do Alentejo ou do Algarve já foi necessário alargar o período para as 24 horas", acrescenta Arménio Carlos. Ainda assim houve pré-avisos de greve nos sindicatos da construção e cerâmica, nas indústrias metalúrgicas e na função pública. Mas a medida evitou-se nos transportes, "até para não dificultar a deslocação até ao local da manifestação".
Mas quem dificultou ontem foi o BES e os seus seguranças. Que, segundo Ana Brito, vão receber nos próximos dias uma carta "a pedir satisfações" pelo sucedido à porta do call center. E que só se resolveu duas horas depois, quando apareceu um graduado da PSP para comunicar à sindicalista e aos porteiros que a lei permitia a distribuição dos folhetos nos acessos ao edifício.
Se a jornada de manifestações, paralisações e greves começa hoje, a luta já se faz há muitos dias. A começar pela definição do seu lema, que esta vez proporá "mais e melhor emprego, o aumento dos salários e melhores serviços públicos". Depois, para montar as duas manifestações previstas para Lisboa e Porto, foram necessárias muitas horas de reuniões que tiveram a participação de milhares de sindicalistas, que se desdobraram em acções de propaganda, plenários e recolhas de assinaturas.
O caso de Ana Brito é apenas mais exemplo. Ontem à tarde, à porta das instalações do BES no Parque das Nações onde se encontrava a distribuir folhetos, foi abordada pelo segurança do banco assim que entrou no estacionamento. O segurança queria-a fora da via de acesso, para trás das cancelas, em plena rua. A sindicalista fez finca-pé: "Já aqui estive a distribuir outras vezes e não tive problemas", insistia.
O impasse manteve-se após a chegada da PSP. Enquanto defendia "a liberdade" de exercer a sua "actividade sindical" perante os agentes Pedro Sousa e Gonçalo Simões, Ana Brito ficou impedida de distribuir os folhetos aos trabalhadores do call center. "Agradecia-lhe que não distribuísse os papéis à minha frente enquanto não resolvemos isto", pedia-lhe o agente Pedro Sousa.
Os folhetos que lhe ficaram nas mãos faziam parte de um lote de cerca de 15 mil impressos pela InterJovem, os quais se deviam somar aos 80 mil da CGTP e aos 10 mil da InterReformados. Eram uma das faces visíveis de um processo que arrancou em Julho passado, mês em que a CGTP decidiu avançar com a jornada.
Com a ajuda do material impresso, o secretário-geral da CGTP, Carvalho da Silva, antecipava que a confederação estava à espera da participação de "dezenas de milhares de trabalhadores" nas concentrações de Lisboa e Porto.
De Julho para cá foram "centenas de" reuniões e plenários marcadas para a "mobilização e discussão" com os trabalhadores. Incluindo quatro com a polícia e governo civil, segundo Célia Portela, da União de Sindicatos de Lisboa, organização responsável pela manifestação.
Ao mesmo tempo seguia a inscrição para os cerca de 180 autocarros disponibilizados pela confederação, que deverão transportar cerca de um terço dos manifestantes. Os restantes "dois terços" chegarão à manifestação pelos transportes públicos ou por meios individuais. Na mesma altura foram gravadas as palavras de ordem que começaram a ser debitadas pelos 20 carros de som que durante esta semana circularam nas ruas de Lisboa apelando ao protesto.
Entretanto, foram seguindo para as empresas os pré-avisos de greve. O que, na expectativa da CGTP, não terá grandes resultados, uma vez que as paragens laborais serão residuais, garante o dirigente Arménio Carlos. "O objectivo desta vez não é levar a uma paralisação geral. As greves servirão mais para permitir aos trabalhadores a deslocação aos locais da manifestação", explica.
A parte significativa das paralisações será de quatro horas. "Para os trabalhadores de Lisboa é o suficiente. Mas para os que vêm do Alentejo ou do Algarve já foi necessário alargar o período para as 24 horas", acrescenta Arménio Carlos. Ainda assim houve pré-avisos de greve nos sindicatos da construção e cerâmica, nas indústrias metalúrgicas e na função pública. Mas a medida evitou-se nos transportes, "até para não dificultar a deslocação até ao local da manifestação".
Mas quem dificultou ontem foi o BES e os seus seguranças. Que, segundo Ana Brito, vão receber nos próximos dias uma carta "a pedir satisfações" pelo sucedido à porta do call center. E que só se resolveu duas horas depois, quando apareceu um graduado da PSP para comunicar à sindicalista e aos porteiros que a lei permitia a distribuição dos folhetos nos acessos ao edifício.
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