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29/09/2010

GNR critica aquisição de carros antimotim

O dinheiro para aquisição de veículos blindados para intervenção urbana que irão ser utilizados em Lisboa, em Novembro, durante a cimeira da NATO, vai sair dos cofres do Governo Civil de Lisboa. São cinco milhões de euros que fazem parte dos lucros gerados em 2009 naquele organismo do Ministério da Administração Interna (MAI). As viaturas ainda não chegaram a Portugal e vários sectores dentro da PSP, que vai ser responsável pela utilização do novo equipamento, mostram algum receio por eventuais atrasos na formação do pessoal que os irá tripular. Mais críticos são os dirigentes da Associação dos Profissionais da Guarda (APG), da GNR, que afirmam que tal compra é apenas um acto de duplicação de meios.

Ontem de manhã, depois de o Diário de Notícias ter noticiado a intenção de compra das viaturas antimotim sem que a PSP abrisse concurso público, a direcção nacional divulgou um comunicado em que afirmava não ir efectuar qualquer compra específica de material no âmbito das operações de segurança relativas à cimeira que irá decorrer nos dias 19 e 20 de Novembro.

Horas depois, também através de comunicado, o MAI contrariava a versão da PSP e admitia a compra dos veículos com recurso a verbas do Governo Civil de Lisboa. O ministério informava ainda que esta aquisição, tal como confere a lei, pode ser feita por ajuste directo.

Já durante a tarde, acabaria por ser a APG, ainda em comunicado, quem se insurgia contra o negócio, afirmando que o mesmo corresponde a uma duplicação de meios, uma vez que a GNR já possui viaturas idênticas. "Decisões deste tipo, bastante onerosas para os contribuintes, demonstram que a tutela tem as suas prioridades algo desfasadas daquilo que são as carências das forças de segurança", refere a nota de imprensa.

Paulo Rodrigues, presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP), da PSP, tem uma visão diferente da manifestada pela APG. Entende que as viaturas em causa fazem falta à polícia e até já haviam sido reclamadas quando da última visita do Papa. "Todo o equipamento de manutenção de ordem pública e pessoal é bem vindo, porque a PSP necessita estar sempre actualizada e de transmitir à população uma mensagem de capacidade e profissionalismo", disse ao PÚBLICO.

Apesar dos diversos contactos não foi possível apurar quais os blindados escolhidos pelo MAI e qual o país de origem. Sabe-se apenas que têm capacidade para transportar seis pessoas, capazes de intervir nos meios urbanos e que possuem algumas características específicas, como sejam o antifogo e a blindagem antimina.

As viaturas deverão ficar à guarda da Unidade Especial de Polícia (UEP), em Belas. Nesse corpo, que inclui cinco grupos de polícias especializados, contam-se polícias que já possuem experiência com viaturas idênticas, refere Paulo Rodrigues, apontando esse pessoal como os eventuais futuros condutores.
http://publico.pt/Sociedade/gnr-critica-aquisicao-de-carros-antimotim_1458473

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