Mais de 10 000 trabalhadores da tabaqueira turca Tekel estão há quatro semanas em luta nas ruas da capital, Ancara, em defesa dos seus postos de trabalho.
Os protestos começaram a 15 de Dezembro junto à sede do AKP (o partido do governo) como forma de luta contra a decisão governamental de encerrar a Tekel – a empresa que detinha o monopólio do tabaco na Turquia – no final de Janeiro, mas foram obrigados a abandonar o local no dia seguinte devido à intervenção policial. A partir daí deslocaram-se para um parque próximo daquele local, onde de novo sofreram o ataque das forças de segurança, que após levantarem barricadas em torno dos trabalhadores os agrediram com canhões de água e gás lacrimogéneo. A violência policial intensificou-se com cargas sobre os manifestantes, provocando vários feridos que tiveram de ser hospitalizados.
De acordo com informações da organização sindical UITA, Mustafa Türkel, presidente a sua filial Tekgida-Is que representa estes trabalhadores e é secretário-geral da confederação nacional Türk-Is, chegou mesmo a ser preso, ficando detido durante várias horas.
A violência policial contra os trabalhadores da Tekel, seus familiares e apoiantes causou acesa polémica no Parlamento turco, mas até à data o governo continua a rejeitar a reivindicação dos trabalhadores para que, cumprindo o estipulado na lei das privatizações, lhes seja garantido um emprego alternativo com a plena manutenção dos seus direitos laborais.
No encerramento desta edição, os manifestantes estavam concentrados junto à sede da Türk-Is, enquanto cerca de uma dezena de outros se mantinham no parque cumprindo uma greve de fome.
A polícia tem procurado impedir a entrada em Ancara de mais autocarros com trabalhadores da Tekel, mas o número de manifestantes não pára de aumentar. As próprias autoridades municipais tomaram medidas para os acolher em instalações desportivas, e a organização sindical Tekgida-Is está a fornecer-lhes alimentação e transporte.
Apesar das baixas temperaturas que se fazem sentir em Ancara, os trabalhadores da Tekel dizem-se dispostos a prosseguir a luta até que as suas reivindicações sejam atendidas e apelam à solidariedade internacional (iuf@iuf.org).
Acordo com o FMI
Entretanto, a Turquia e o Fundo Monetário Internacional (FMI) chegaram esta segunda-feira, 11, a um acordo sobre um novo empréstimo a conceder em breve ao país por um prazo superior a um ano. A informação foi dada pelo primeiro-ministro turco Tayyip Erdogan, em declarações à agência noticiosa Anatolie. Desconhece-se ainda quais as condições que o FMI imporá a Ancara.
Recorda-se que, em 2005, o FMI acordou com a Turquia um empréstimo de 10 mil milhões de dólares (6,9 mil milhões de euros), que terminou em 2008.
http://www.avante.pt/noticia.asp?id=32041&area=8
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