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14/01/2010

É hora de mudar!

O Plenário Nacional de Sindicatos da CGTP-IN aprovou uma acção nacional descentralizada, para este trimestre, contra a precariedade e o desemprego, por mais salários, emprego e direitos.

Reunidos no hotel Altis, em Lisboa, mais de 400 dirigentes e delegados sindicais aprovaram o plano de actividades da central sob o lema «Contra a precariedade e o desemprego – É hora de mudar! Mais emprego, salários e direitos». O plenário confirmou que os primeiros três meses deste ano serão de intensa actividade reivindicativa e de negociação da contratação colectiva. Já este mês e com acções públicas todas as semanas, até ao fim de Março, a central vai desenvolver lutas sectoriais, distritais e nas empresas. No mesmo período, a central também assinalará o 110.º aniversário do Dia Internacional da Mulher, a 8 de Março, participará numa manifestação europeia, em Bruxelas, no dia 24 de Março, e vai realizar, no dia 26 do mesmo mês, uma manifestação nacional da juventude trabalhadora, contra a precariedade e o desemprego.
A acção nacional descentralizada pretende exigir resposta aos problemas e às reivindicações mais sentidas pelos trabalhadores para «fazer de 2010 um ano de intensa actividade elegendo os locais de trabalho como o epicentro da acção reivindicativa a desenvolver», considera-se no documento aprovado.
Para garantir «uma postura mais ofensiva do movimento sindical, a CGTP-IN pretende contribuir para «uma acção mais activa e eficaz», sensibilizando a opinião pública para um conjunto de problemas e de reivindicações sindicais que, directa ou indirectamente, a todos dizem respeito».
Ao medo e à resignação, a central pretende contrapor «a esperança e a confiança alicerçadas nas propostas e na luta para uma mudança de políticas que respondam às necessidades e anseios dos trabalhadores e das suas famílias».
Durante os trabalhos foi enaltecido o papel decisivo da CGTP-IN para a derrota da maioria absoluta do Governo PS, resultado que cria melhores condições para a obtenção dos objectivos dos trabalhadores, considerou o plenário.
Durante as várias intervenções sectoriais foi feita uma profunda análise da situação económica, social e financeira do País, com profundas e severas críticas à acção governativa e às práticas patronais.
Embora o plenário estivesse aberto à comunicação social, foi notada a ausência de jornalistas.

Três vertentes

A luta desenvolver-se-á em três vertentes.
A nível sectorial, será dada prioridade a acções nos locais de trabalho, por aumentos reais de salários, defesa de direitos e da contratação colectiva, por emprego com direitos e contra a precariedade.
A nível distrital, serão promovidas concentrações e manifestações envolvendo trabalhadores em dificuldades (designadamente, com salários em atraso, em lay-off, de empresas em risco, de desempregados, trabalhadores credores) e também outras camadas da população que se identifiquem com os objectivos da central.
Uma grande prioridade será dada à manifestação nacional da juventude trabalhadora. A este propósito, várias intervenções e também a do coordenador da Interjovem/CGTP-IN, Walter Lóios, salientaram a necessidade de todas as organizações contribuírem para o sucesso e a mobilização desta acção, que assinala o Dia Nacional da Juventude, a 28 de Março. Em sintonia com a Interjovem, a central pretende identificar locais de trabalho estratégicos para garantir o sucesso desta luta, definindo «metas ambiciosas de participação».

Acções descentralizadas

De acordo com um plano de acção provisório apresentado, as acções iniciar-se-ão com a realização de plenários de professores, já na próxima terça-feira, dia 19, e terão como pontos mais marcantes a manifestação nacional dos trabalhadores da Administração Pública, a 5 de Fevereiro, com deslocação ao Ministério das Finanças e a Manifestação Nacional de Juventude Trabalhadora, no dia 26 de Março, ambas em Lisboa.
No dia 21 de Janeiro, os trabalhadores dos transportes do Porto farão uma manifestação, com deslocação ao Governo Civil. De 25 a 29, os trabalhadores dos CTT, no Monte da Caparica, cumprirão uma greve contra a alteração dos horários de trabalho.
Pelo mesmo motivo estarão em greve os trabalhadores dos CTT, do Centro de Distribuição Postal (CDP) de Tomar, de 1 a 5 de Fevereiro. A 8 e 9, vão parar os trabalhadores dos CTT, do CDP de Leiria, durante o segundo período de trabalho.
Estão por definir as acções em Viseu, Coimbra e Leiria, na segunda semana de Fevereiro. Os trabalhadores da região de Aveiro concentrar-se-ão, em local a definir, no dia 18. Os trabalhadores da região de Lisboa efectuarão uma concentração no dia 25.
Os trabalhadores dos sectores metalúrgico e químico cumprirão com greve, nos dias 25 e 26, com eventuais acções de rua. Na quarta semana de Fevereiro, haverá acções em Castelo Branco, com contornos ainda por definir.
O mesmo acontecerá nas primeiras três semanas de Março, em Setúbal, Viana do Castelo, Braga, e Santarém. Mais acções serão, entretanto, anunciadas.

http://www.avante.pt/noticia.asp?id=32098&area=4

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